Precipitações no Sudeste e Centro-Oeste reverteram curva de queda
folhapress
As chuvas que caíram nas últimas semanas no país já começam a surtir efeitos sobre os reservatórios das principais hidrelétricas brasileiras. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o nível de armazenamento de energia reverteu a curva de queda e já sobe 0,9 pontos percentuais no mês.
No Sul, a situação é ainda melhor, com alta acumulada de 15,2 pontos percentuais até esta quinta-feira (21), segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Especialistas alertam, porém, que a situação ainda requer atenção.
De acordo com o ONS, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, regiões consideradas a caixa d’água do setor elétrico brasileiro, atingiram 17,6% de sua capacidade de armazenamento de energia na quinta. Não há mais nenhuma usina nas regiões com níveis inferiores a 10%.
No Sul, o nível dos reservatórios chegou a 43,8% no mesmo dia. Mesmo com queda nas regiões Norte e Nordeste, as chuvas sobre o Centro-Sul elevaram o nível geral dos reservatórios em 0,4 ponto percentual, para 24,5%.
Para a próxima semana, o ONS prevê que as chuvas continuarão acima da média nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, atingindo volume equivalente a 133% da média histórica. No Sul, o volume deve ficar em 83% da média histórica.
Em sua programação da operação, o operador prevê também melhora nos níveis de armazenamento dos reservatórios. A estimativa é que os reservatórios do Sul cheguem ao fim de outubro com 44,3%. Já a região Sudeste/Centro-Oeste deve terminar o mês com 17,8%.
“O aumento de precipitações nas últimas duas semanas não é o único motivo da melhora nas condições dos reservatórios, o conjunto de medidas adotadas pelo operador foi decisivo para um resultado mais otimista”, disse o ONS.
O operador cita como exemplo o reservatório de Furnas, em Minas Gerais, um dos mais relevantes do país, que saiu de 13,76% em setembro para 16,38% em outubro. Localizado na parte alta do Rio Grande, Furnas alimenta as outras hidrelétricas da bacia, uma das formadoras do rio Paraná.
A previsão da chegada de chuvas, alinhada com as medidas emergenciais adotadas pelo governo, já havia levado especialistas a minimizar os riscos de racionamento de energia em 2021, embora com grande impacto sobre a conta de luz dos brasileiros.