O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deverá ter retração de 5%, segundo projeção do Banco Mundial anunciada neste domingo (12) em relatório da instituição sobre os impactos econômicos do novo coronavírus na América Latina e no Caribe.
O PIB da região como um todo deverá cair 4,6%, desempenho que será liderado pela retração das maiores economias da região. Dos 26 países analisados pelo banco, apenas dois (Guiana e República Dominicana) não entrariam em recessão em 2020, de acordo com o estudo.
Entre os que apresentariam queda mais intensa de atividade econômica neste ano estão México (-6%), Argentina (-5,2%) e Equador (-6%), além do Brasil. O Banco Mundial afirma, porém, que as estimativas podem mudar diariamente a depender da evolução da pandemia.
Para 2021, a previsão atual do Banco Mundial de crescimento da região é de 2,6%, com estimativa de alta de no 1,5% para o PIB brasileiro.
O relatório diz que o impacto econômico da pandemia será forte agora dado o perfil da maioria dos países latino-americanos, muito dependentes da exportação de commodities. A demanda por esses produtos por parte das potências do G7 e da China deverá cair drasticamente, de acordo com o estudo.
O banco diz ainda que o nível da atividade econômica da América Latina já sinais de “dramático declínio”, citando imagens de satélite que mostram diminuição dos níveis de dióxido de nitrogênio no subcontinente.
O banco defende que os programas sociais de proteção e assistência social na região “devem ser rapidamente ampliados e ter sua cobertura estendida” para mitigar os impactos da crise. O relatório cita como agravante a alta taxa de informalidade nos países do subcontinente.
“Empresas e setores estrategicamente importantes devem ter suporte explícito, em troca de manter o emprego de seus trabalhadores. As pequenas empresas podem ser alcançadas por meio de bancos e outros intermediários. As instituições financeiras podem ser incentivadas através do compartilhamento de riscos [de crédito com o governo] e garantias, de modo a garantir a disponibilidade de liquidez em um contexto de necessidades de capital”, diz o estudo.
Segundo o Banco Mundial, as medidas de restrição de circulação e isolamento social, tomadas por governos para reduzir a velocidade de expansão da pandemia, são mais eficazes se tomadas logo após a detecção dos primeiros casos da doença.
De maneira geral, diz o relatório, as medidas mais gerais e drásticas têm resultado menos casos da Covid-19 que as políticas com público-alvo mais restrito (como as que têm como foco apenas os grupos de risco da doença, por exemplo).