quinta-feira, 2 maio 2024

Abandono de negociações indica má-fé de Maduro, diz Guaidó

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou ontem (8) que a decisão do regime venezuelano de abandonar as conversas com a oposição indicam a má-fé do ditador Nicolás Maduro. As conversas entre a oposição e o regime vinham acontecendo em Barbados, sob mediação da Noruega.

“O regime voltou a demonstrar ao mundo que é o principal obstáculo para uma saída pacífica esta gravíssima crise. Mas cedo ou tarde vão ter de voltar a dialogar; se não é pelo bem, será pelo mal”, afirmou o líder opositor, em vídeo. Ele acrescentou que o episódio mostra a “má-fé e a pouca seriedade” que o regime tem para oferecer uma transição.

Guaidó ainda disse que, em Barbados, o grupo ligado a Maduro demonstrou que só estava interessado em manter “seus negócios e seus interesses particulares. Se isso se vê ameaçado, saem a reprimir e a chantagear, dentro e fora da Venezuela”. Maduro anunciou que o fim das conversas depois que o governo do presidente Donald Trump aplicaram o congelamento total dos ativos venezuelanos.

Sobre as novas sanções, Guaidó disse que são de “total e absoluta responsabilidade de Nicolás Maduro e seus funcionários corruptos, violadores de direitos humanos”. Para o líder opositor Julio Borges, autoexilado em Bogotá, a reação de Maduro demonstra fragilidade e deixa claro que ele está encurralado.

Borges, 49, foi líder da Assembleia Nacional, de maioria opositora, até ser pressionado pelo regime venezuelano a deixar o país, refugiando-se na Colômbia. Maduro o acusa de ser um dos mentores do suposto atentado contra o ditador no episódio do ataque dos drones, em 4 de agosto de 2018.

“Maduro sabe que, num processo de diálogo cujo objetivo é buscar uma solução política, não importa que decisão ele tome, não tem como ganhar”, afirma.  “Se aceita ir a eleições, perderá. Caso deixe a mesa [de negociação] em Barbados, como acaba de fazer, perde ainda mais, porque fecha uma porta importante e demonstra ao mundo que não quer uma saída por meio do diálogo.”

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