domingo, 12 maio 2024

Azul demite 500 funcionários

Pelo menos 500 funcionários da Azul em São Paulo e Minas Gerais – entre eles 200 do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas – foram demitidos na última semana, segundo a FNTTA (Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aéreos). Os cortes entre os aeroviários podem chegar a 1.000 empregados, de acordo com informações do SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários), que também representa a categoria.

As empresas aéreas estão acumulando prejuízos desde o início da pandemia com as aeronaves paradas, uma vez que a demanda por voos praticamente sumiu. Um plano de socorro ao setor chegou a ser apresentado, mas os R$ 2 bilhões anunciados pelo governo foram considerados insuficientes.

Em São Paulo, já estão confirmadas 100 demissões em Barueri e outras 200 em Viracopos. Em Minas Gerais, 200 aeroviários que trabalham em Confins foram cortados.

São aeroviários os funcionários que atuam no solo, como áreas de check-in dos aeroportos, setores administrativos e pessoal de manutenção.

A FNTTA ainda está levantando cortes em outras bases.

A porta-voz do SNA, Patrícia Gomes, diz que desde o início da pandemia a Azul notificou o interesse de reduzir o pessoal em 27 bases regionais e cortar 3.800 funcionários.

MEDIAÇÃO

O SNA, um dos sindicatos que representa os empregados das empresas aéreas, pediu ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) a mediação de um acordo com a empresa. “A Azul se manteve irredutível e se retirou da negociação”, diz Patrícia.

O TST já vem mediando uma negociação com a Gol e conseguiu, na semana passada, que a Azul fechasse um acordo com os aeronautas (que inclui a tripulação).

O sindicato dos aeroviários representa cerca de 1.800 empregados da Azul. Entre as reivindicações da categoria estão a de melhorias no plano de demissão incentivado e de garantia de emprego para quem for colocado em licença não remunerada.

Atualmente, segundo o SNA, quem sai de licença pode ficar até 18 meses afastado, período em que recebe somente o valor equivalente ao vale-alimentação. O sindicato quer que a empresa banque o plano de saúde e abra uma janela a cada três meses para que o funcionário opte por uma demissão incentivada.

“Nós entendemos a situação das empresas, mas entendemos que elas não podem usar o momento e os nossos direitos para fazer reestruturação.”

As demissões já eram esperadas pelos funcionários, segundo apurou a reportagem. A Azul informou que “reuniu todos os seus esforços para preservar o máximo de posições possível”.

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