Na véspera de completar seis meses no cargo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) demitiu na última semana dois ministros, modificou as funções de 3 das 4 pastas que ficam no Palácio do Planalto e anunciou pessoalmente troca de comando em duas estatais: o BNDES e os Correios.
Com esses gestos, alguns considerados intempestivos até por auxiliares, o presidente dá sinais de que busca uma nova maneira de governar e deixar para trás a difícil relação com o Congresso até aqui -e que lhe rendeu sucessiv as derrotas, como a mais recente rejeição do decreto de armas pelo Senado.
Ontem, ele admitiu que, por “inexperiência”, cometeu erros ao distribuir algumas funções de equipe, em especial no diálogo com o Legislativo. O presidente redistribuiu as funções entre três pastas do Planalto: Casa Civil, Secretaria-Geral e Secretaria de Governo. A principal delas foi retirar das mãos do ministro Onyx Lorenzoni a tarefa da articulação política.
Caberá ao chefe da Casa Civil cuidar da coordenação do governo. O diálogo com o Legislativo passará para o recém-chegado Luiz Eduardo Ramos, general de quem Bolsonaro é amigo e que substituirá Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido após desgaste provocado por críticas de um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), e do escritor Olavo de Carvalho. No primeiro semestre como presidente, Bolsonaro adotou um modo oscilante na maneira de governar. Agora, tem demonstrado maior descontração.