quarta-feira, 8 maio 2024

Bolsonaro promete emendas e cargos para eleição de Lira

Empenhado em eleger o deputado Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (1º), o governo fez uma série de promessas envolvendo emendas e cargos. O Planalto também retaliou congressistas que tinham espaços na máquina federal e que declararam voto em Baleia Rossi (MDB-SP), principal adversário do líder do centrão.
Diferentemente do que fez em anos anteriores, o Executivo abriu o cadastro para inscrição de municípios em programas federais que terão verbas carimbadas por deputados. Na prática, trata-se de um compromisso assumido por Lira e pelo governo em troca do apoio na eleição.
Para disponibilizar o dinheiro para honrar as promessas, será necessário aprovar ou o Orçamento ou um projeto que abra crédito extra.
Segundo as informações do governo, já foram cadastrados os pedidos de cerca de 600 municípios, que registraram demandas que giram em torno de R$ 650 milhões.
São pedidos relativos ao Ministério do Desenvolvimento Regional, ao Ministério do Turismo e ao Ministério da Agricultura. Os cálculos mais realistas de integrantes da campanha de Lira contabilizam cerca de 220 votos para o congressista. Já outros, mais otimistas, contam com no mínimo 280 apoios para o deputado.
Além dessas promessas, feitas já durante o período de campanha, em 2020 Lira já havia feito uma série de concessões aos pares.
No fim do ano passado, a Câmara aprovou o PLN 30, projeto de lei que abriu crédito suplementar de quase R$ 6,1 bilhões a oito ministérios. Este valor foi repassado aos líderes de partidos da base, que distribuíram entre os congressistas.
Em dezembro, o governo já usava a liberação dos recursos referentes a essas emendas como moeda de troca e segurou verbas em casos nos quais o parlamentar não afirmava que votaria em Lira e atuou de forma contrária no caso oposto.
Depois, passou a oferecer ainda mais recursos para quem votasse favoravelmente ao deputado.
Em outra frente, segundo relato de congressistas, o Executivo fez uma série de nomeações em cargos de segundo escalão e estaduais durante o mês de janeiro.
Da mesma forma, retirou indicados de deputados que estavam em órgãos federais.
Um exemplo é o do deputado federal Flaviano Melo (MDB-AC). Ele relatou a três colegas que o governo federal demitiu nomes apadrinhados por ele que estavam empregados em postos no Acre. Melo declarou apoio a Baleia e apareceu em fotos com ele.
Embora Bolsonaro sempre dissesse que não abriria espaço em cargos de primeiro escalão, alguns ministérios entraram na negociação. O da Cidadania, por exemplo, deve ficar com o Republicanos.
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