segunda-feira, 13 maio 2024

Caixa vai focar no crédito imobiliário e baixa renda

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou anteontem que pretende focar a atuação do banco no crédito imobiliário e no atendimento a correntistas de renda mais baixa, deixando de lado operações com grandes empresas.

Guimarães criticou atuação do banco nos governos do PT, que liberou empréstimos a empresas como a Petrobras no balcão da Caixa.

“Até que ponto a Caixa tem que ter mais de R$ 100 bilhões em empréstimos a grandes empresas, que podem tranquilamente tomar esses recursos no mercado interno e no mercado externo? Por que a Caixa, com 93 milhões de clientes, que não consegue financiar microcrédito e não tem operação relevante de consignado, tem que emprestar para uma empresa gigante? Não vejo nenhum sentido”, afirmou.

Guimarães, que antes assumir a Caixa dirigia o banco de investimentos Brasil Plural, chegou ao governo pela indicação do ministro Paulo Guedes (Economia).

Ele se disse afinado com o ministro, que em seu discurso de posse afirmou que pretende desestatizar o mercado de crédito.

Guedes mencionou explicitamente o BNDES. Disse que quer de volta os recursos que a União injetou no banco nos governos Lula e Dilma Rousseff. Na época, o governo esperava ampliar o crédito e recuperar o crescimento econômico, que desacelerava.

“Queremos o dinheiro da União de volta, queremos despedalar. Queremos de volta os R$ 500 e poucos bilhões que foram dados”, afirmou.

Segundo ele, o crescimento dos empréstimos dos bancos estatais criou dois mercados paralelos de crédito, um de recursos livres e outro de “amigos, com juros lá embaixo”.

“O BNDE (sic) devolve esse dinheiro, encolhe seu balanço um pouco. Retiramos dívida em circulação, irrigamos esse mercado que estava apertado e a vida fica um pouco mais difícil para quem vive à sombra do Estado”, afirmou. “Vamos desestatizar o mercado de crédito”.

Na Caixa, Pedro Guimarães tem planos de vender ações de empresas subsidiárias do banco, nos mesmos moldes do que o Banco do Brasil fez com sua área de seguros, o BB Seguridade.

A ideia, segundo o executivo, é fazer duas ofertas públicas de ações ainda neste ano. Os ramos que podem ser alvo desse fatiamento são as áreas de cartões, de seguros e de gestão de investimentos e de patrimônio.

 

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