quarta-feira, 1 maio 2024

Crivella é preso e afastado por corrupção no Rio

A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita suspendeu ontem (22) o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), do exercício da função. O mandato de Crivella, preso ontem de manhã sob acusação de participar de um esquema de corrupção na prefeitura, terminaria no próximo dia 31. A defesa do prefeito afastado, que nega as acusações, protocolou habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) – leia texto nesta página.

A decisão que afastou o prefeito do cargo está no despacho em que a magistrada acatou denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e decretou ontem prisão preventiva de sete denunciados (entre eles o próprio Crivella) em um desdobramento da “Operação Hades” – que apura corrupção na prefeitura e tem como base a delação do doleiro Sergio Mizrahy.

Também foram presos os empresários Rafael Alves, Christiano Stockler Campos e Adenor Gonçalves, o ex-tesoureiro da primeira campanha de Crivella, Mauro Macedo e o delegado aposentado Fernando Moraes. O ex-senador Eduardo Lopes,não foi encontrado no endereço no Rio, e segue foragido.

Com a prisão e afastamento de Crivella, o presidente da Câmara do Rio, Jorge Felippe (DEM), assume o cargo interinamente pelos próximos nove dias, até a posse de Eduardo Paes, vencedor da eleição.

Segundo a desembargadora, o afastamento do prefeito foi determinado com base no Artigo 319 do Código de Processo Penal.

Conforme o despacho, o esquema de corrupção apontado na “Operação Hades”, que teve desdobramentos ontem com a prisão dos denunciados, intensificou-se na campanha de Crivella à prefeitura em 2016. Na ocasião, diz a magistrada, o empresário Rafael Alves pediu que Crivella providenciasse contas bancárias pelas quais pudesse receber quantias em espécie a serem utilizadas na campanha.

De acordo com Rosa Helena, depois de Marcelo Crivella ser eleito, Rafael Alves passou a ocupar uma sala na sede da Riotur, empresa municipal de turismo, mesmo sem exercer qualquer cargo público.

O doleiro Sergio Mizrahy disse que esteve no local diversas vezes para entregar ao empresário dinheiro em espécie, oriundo de operações de troca de cheques resultantes da cobrança de taxa de serviço.

De acordo com o MP, as investigações começaram com a instauração do inquérito policial em decorrência do acordo de colaboração firmado com Sérgio Mizrahy, preso preventivamente no âmbito da “Operação Câmbio, Desligo”. Tal operação foi deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio no dia 3 de maio de 2018, como desdobramento das operações “Calicute” e “Eficiência”, em que foram apuradas denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro, cartel e fraudes em licitações pela organização criminosa liderada pelo ex-governador Sérgio Cabral.

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