sexta-feira, 22 novembro 2024

Ministro de Bolsonaro vai a Israel conhecer projeto de dessalinização

Nas redes sociais, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou nesta terça-feira (25) que o futuro ministro de Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, visitará Israel em janeiro para conhecer instalações de dessalinização de água para agricultura. A parceria entre os dois países, segundo Bolsonaro, pode beneficiar o Nordeste – região em que obteve menor votação.

“Pretendemos ainda em Janeiro construir instalação piloto para retirar água salobra de poço, dessalinizar, armazenar e distribuir para agricultura familiar, estendendo o projeto para mais localidades após testes e ajustes”, escreveu Bolsonaro no Twitter e no Facebook.

Em novembro, o presidente eleito disse que mudaria a embaixada brasileira, em Israel, de Tel-Aviv para Jerusalém. O assunto gerou repercussão internacional, uma vez que a mudança implicaria em reconhecer a capital de Israel em Jerusalém, o que pode causar atritos e prejudicar negócios com palestinos e países árabes.

Bolsonaro disse que estuda junto ao embaixador de Israel e uma empresa especializada testar tecnologia que produz água a partir da umidade do ar em escolas e hospitais. Segundo ele, o país poderia negociar a instalação de uma fábrica dessas no Nordeste.
“Livre das amarras ideológicas o Brasil agora pode dar os primeiros passos para fora do buraco em que foi colocado pelos últimos governos”, escreveu.

Bolsonaro está passando o feriado de Natal na base naval da Restinga da Marambaia, uma instalação da Marinha no litoral do Rio de Janeiro habitualmente usada por presidentes para períodos de descanso, por ser uma praia onde o acesso é restrito e a segurança é feita pelas Forças Armadas.

Na noite de segunda (24), Bolsonaro participou de uma missa e de uma ceia realizadas dentro da base. Sua assessoria também divulgou imagens onde ele aparece participando de um churrasco e fazendo uma brincadeira com um militar ironizando a facada que recebeu em setembro.

SECA NO NORDESTE

Um dos principais desafios de Bolsonaro no combate à seca no Nordeste será implantar de fato a transposição do São Francisco, que, quando estiver pronta, deve beneficiar cidades de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

A obra, pensada por d. Pedro 2º e iniciada no governo Lula (PT), chega ao fim de 2018 com 477 km, ao custo de R$ 11,7 bilhões. No início da construção, falava-se de um conjunto de até 700 km de canais, ao custo de R$ 4,5 bilhões (R$ 9,55 bilhões a preços corrigidos pela inflação).

A transposição já deveria ter sido entregue e os motivos dos atrasos são muitos: de falhas de projeto a desistências de empreiteiras e investigações por desvio de verbas. O primeiro passo para entregar a transposição é finalizar os dois eixos principais.
Outro desafio do presidente eleito será incentivar os governos estaduais a fazer estruturas para receber a água dos canais principais, de modo que a água da obra federal chegue às cidades.

Entretanto, a conclusão da obra ainda não é suficiente para encher as represas no semiárido. Isso porque, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, é muito frágil o arranjo institucional que une o governo federal, os governos dos quatro estados envolvidos e as entidades locais.

Definir melhor esse desenho é o segundo desafio de Bolsonaro, e exigirá articulação com governadores de partidos que formam oposição na esfera federal.

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