sexta-feira, 22 novembro 2024

‘Não pode acabar em pizza’, diz filho de deputada sobre morte de pastor

Três filhos da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) que se afastaram dela após a morte do pastor Anderson do Carmo organizaram um ato, na manhã de ontem (21), para pedir justiça no caso e questionar onde está o celular do pai.

Um dos filhos afirmou que “seja quem for [culpado], não pode acabar em pizza”. Carmo era casado com Flordelis, com quem tinha 55 filhos –um biológico do casal, três de relacionamentos anteriores da deputada e 51 adotivos. Ele foi morto a tiros, na casa onde moravam, em 16 de junho. Dois filhos do casal estão em prisão temporária.

A manifestação deste domingo reuniu familiares e fiéis do pastor no bairro de Laranjal, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Com cantos evangélicos, o ato caminhou até o cemitério Memorial Parque Nycteroy, a cerca de 1 km da igreja em construção e local onde o pastor foi enterrado.

Único filho biológico de Carmo e Flordelis, o músico Daniel dos Santos de Souza, 21, evitou falar sobre o rompimento com a mãe. “Não consigo nem falar. Dói muito, pois ela é minha mãe”, disse. “A gente organizou esse ato em homenagem a nosso pai. Acabaram de destruir esse sonho que ele tinha [construir a igreja]. Estamos aqui lutando por ele, e por ele vamos lutar por justiça.”

Outro filho do casal, Alexander Felipe Matos Mendes, também conhecido como pastor Luan, deixou a congregação que Carmo e Flordelis mantinham juntos. “É impossível dizer que ela esteja envolvida. Mas, como falei, seja quem for, não pode acabar em pizza. A gente não pode deixar que isso aconteça.” “A gente não está dizendo aqui que ela é culpada, embora ter um culpado ou os culpados seja importante. Queremos que a polícia esclareça tudo. Pedimos justiça, e que a verdade prevaleça”, declarou.

Terceiro filho que se afastou da congregação Ministério Flordelis, Vagner de Andrade Pimenta, também conhecido como vereador Misael (ele tem mandato municipal na Câmara de São Gonçalo), evitou falar em rompimento. “Não tem rompimento. Queremos justiça, é verdade. Não estamos rompidos”, declarou.

Questionado pelo fato de apoiadores da deputada terem desvinculado o ato de hoje em memória de Carmo nas redes sociais, ele disse: “Se todos nós queremos a verdade, era para todos estarmos aqui”. “O ato é em memória do meu pai, essa igreja era o sonho dele. Ele tinha expectativa de construir a igreja até setembro. Que a justiça e a verdade prevaleçam, seja quem for”, afirmou o vereador.

A mãe de Anderson, Maria Edna Virgílio de Oliveira, e a irmã dele, Michelle de Souza, também estavam presentes na manifestação. Muito emocionada, a mãe do pastor disse à reportagem que não foi procurada por Flordelis e que não falou com a deputada após o assassinato de seu filho. “Não sei se ela [Flordelis] tem envolvimento. Nós não sabíamos de nada. Eu quero justiça, eu quero muita justiça pelo que fizeram com ele. Por que fizeram isso? Um pedaço de mim foi arrancado. Não houve nenhuma consideração com a família dele”, afirmou.

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