domingo, 26 maio 2024

Sobe para 42 número de mortos em incêndios na Califórnia

Os incêndios que atingem o norte e o sul da Califórnia, nos Estados Unidos, causaram um rastro de destruição no estado, deixando ao menos 42 mortos e mais de 200 desaparecidos, além de obrigarem mais de 250 mil pessoas a abandonarem suas casas.

A fuga em massa de milhares de moradores simultaneamente causou grandes engarrafamentos nas pequenas estradas que servem ao interior do estado e ao menos nove morreram dentro dos carros, enquanto tentavam desesperadamente escapar das chamas.

São três incêndios ao mesmo tempo, sendo o mais grave deles o Camp, ao norte, que no domingo se tornou o mais mortal da história da Califórnia, igualando um recorde de 1993, com 29 mortos. Cerca de 150 mil pessoas seguem desalojadas em todo o estado.

Ao sul, na região de Los Angeles, são outros dois incêndios, sendo o maior o Woosley, que deixou dois mortos -ambos encontrados carbonizados em um carro próximo a Malibu. O outro é o Hill, o único que está próximo de ser controlado, segundo os bombeiros.

Junto, os três já consumiram uma área de 809 km², um pouco maior do que o município de Campinas, em São Paulo.
O Camp, sozinho, é responsável por 441km² de destruição (equivalente ao município de Sorocaba), a maior parte disso em Paradise, uma cidade de 27 mil habitantes que foi quase inteiramente consumida pelo fogo.

A prefeita Jody Jones foi uma das pessoas que ficou presa no trânsito durante a fuga em massa, mas conseguiu escapar ilesa para a cidade vizinha de Chico, apesar do trajeto que normalmente dura 20 minutos ter sido feito em quatro horas.

Especialista no tráfego de veículos, ela disse que o grande números de incêndios recentes no estado fizeram a prefeitura planejar uma retirada em massa caso fosse necessário, mas o plano simplesmente não foi suficiente.

O maior problema é que apenas uma estrada de quatro vias, a Skyway, liga o município ao restante do estado -situação que se repete com Malibu, ao sul, onde pessoas também enfrentaram engarrafamento durante a retirada.

Com isso, o tráfego de carros na rodovia parou e moradores ficaram presos no meio do fogo. Um cenário semelhante já tinha acontecido em junho de 2017 durante o incêndio que atingiu o vilarejo de Pedrógão Grande, em Portugal, quando diversos carros foram encontrados carbonizados nas estradas.

PREVISÃO DO TEMPO É DESFAVORÁVEL 
Os bombeiros até o momento conseguiram conter 25% do incêndio no norte da Califórnia, que destruiu 6.700 casas, mas a previsão de um aumento dos ventos na região ontem poderiam piorar a situação.

A Califórnia vive uma onda recente de incêndios de grande proporções. Em agosto, o Mendocino Complex, também ao norte, se tornou o maior da história do estado, atingindo uma área de 1.148,5 km² (equivalente a cidade do Rio de Janeiro), enquanto uma série de incêndios deixou 44 mortos em 2017.

E a tendência é a situação piorar nos próximos dias, em especial no sul do estado, onde o Woosley está apenas 10% contido. A previsão do tempo para região, com clima seca e fortes ventos, pode contribuir para dificultar o trabalho, disse Ken Pimlott, chefe do Departamento de Combate ao Incêndio do estado.

“Estamos realmente apenas no meio deste evento climático prolongado, este cerco de fogo”, disse ele. “Estamos nisso para o longo prazo.”

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