sexta-feira, 26 abril 2024

Anvisa proíbe a venda de todas as marcas da Backer

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu nesta sexta-feira (17) a venda de cervejas de todas as marcas da empresa mineira Backer com data de validade igual ou posterior a agosto de 2020. Com a medida, comerciantes que ainda tiverem os produtos à venda devem retirá-los das prateleiras imediatamente. A determinação, que vale para todo o país, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. 

A decisão ocorre após o Ministério da Agricultura apontar a presença das substâncias dietilenoglicol e monoetilenoglicol, proibidas em alimentos, em oito marcas da empresa, e não apenas na Belorizontina. 

Desde dezembro, autoridades de saúde investigam a ocorrência de casos de pacientes que apresentaram sintomas de uma síndrome nefroneural dias após consumirem a cerveja Belorizontina. Até agora, quatro pessoas morreram, mas o número pode subir. 

Segundo a Anvisa, os produtos da Backer com validade igual ou após agosto de 2020 foram fabricados no período investigado de contaminação, daí a opção pela interdição preventiva. Produtos com validade anterior a esse prazo ainda estão liberados. 

Veja o que se sabe até agora sobre a contaminação da cervejaria Backer Na segunda-feira (13), o Ministério da Agricultura já havia determinado à Backer o recolhimento de todos produtos no mercado. A medida, porém, não valia para o comércio -ação que cabe à Anvisa. 

De acordo com a Anvisa, a interdição deverá ser mantida por 90 dias ou até que a empresa comprove que os produtos não têm a presença de dietilenoglicol e monoetilenoglicol. O objetivo é interromper o risco aos consumidores. 

Em geral, o dietilenoglicol é usado na indústria como anticongelante e para evitar que os líquidos evaporem. O produto, porém, é tóxico e não deveria ter contato com a bebida, passando por cano isolado dos tanques. 

O mesmo vale para o monoetilenoglicol, substância usada durante o processo de resfriamento e que, embora menos tóxica que o dietilenoglicol, também é vetada na composição dos produtos. 

Além da interdição das cervejas da Backer, três lotes específicos da cerveja Belorizontina e um da cerveja Capixaba estão proibidos e devem ser recolhidos pela empresa por já terem tido a contaminação comprovada. A medida vale para os lotes L1 1348, L2 1348 e L2 1354 da Belorizontina e lote L1 1348 da Capixaba. 

VÍDEO 

A cervejaria Backer apresentou à Justiça um vídeo que aponta possível fraude nos barris de monoetilenoglicol adquiridos de um fornecedor da empresa. O vídeo, segundo a fábrica, mostraria indício de sabotagem nos barris de monoetilenoglicol e foi gravado por um ex-funcionário da fornecedora onde as substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol são supostamente misturadas em um mesmo galão. 

A Polícia Civil de Minas Gerais e o Ministério da Agricultura cumpriram mandados de busca e apreensão na quinta-feira (16) na empresa química Imperquímica, de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Documentos e produtos químicos foram recolhidos e encaminhados para a perícia. 

A proprietária da Imperquímica, Patrícia Nogueira, disse à reportagem que a polícia recolheu na empresa amostras de monoetilenoglicol. “É o produto que forneço para Backer desde setembro de 2017”, disse. “E nós somos uma das fornecedoras do produto para a Backer.” 

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