A Procuradoria Jurídica da Prefeitura de Americana pediu ao MP (Ministério Público) que investigue a empresa Suzano Papel e Celulose pela poluição do ar supostamente causada pela empresa na cidade. A representação se baseia em uma série de boletins de ocorrência por poluição atmosférica lavrados pelo GPA (Grupo de Proteção Ambiental) da Gama (Guarda Municipal de Americana) entre os meses de abril e setembro deste ano. Entre os relatos registrados, está a emissão diária de mau cheiro e forte odor lançados no ar, com potencial de danos à saúde pública.
A planta industrial da empresa fica no território de Limeira, mas tem muito mais proximidade com a área urbana de Americana do que com a de seu município-sede. A última licença de operação emitida pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para o empreendimento deixa claro que é proibida a emissão de “substâncias odoríferas” fora dos limites da empresa.
De acordo com a Administração, nos boletins de ocorrência registrados pela Gama, os patrulheiros chegaram a constatar “in loco” problemas relatados na região de Carioba. A poluição afeta, ainda, bairros como Jardim Guanabara, Santa Maria, Parque das Nações e Morada do Sol.
“Temos tido muitas reclamações dos munícipes quanto ao insuportável odor exalado pelas chaminés da fábrica, o qual chega a causar ardência nos olhos. Deixou de ser um fato isolado e é algo que tem ocorrido com frequência”, explicou o secretário de Negócios Jurídicos, Alex Niuri.
O documento foi encaminhado ao promotor Ivan Carneiro Castanheiro, responsável pela promotoria do Meio Ambiente em Americana. O representante do MP pode solicitar esclarecimentos prévios para a Suzano e a Cetesb, antes de decidir se investiga ou não o caso, ou instaurar um inquérito civil e realizar as diligências de forma oficial.
OUTRO LADO
A Suzano foi procurada ontem para comentar o caso e, via assessoria, afirmou apenas que não foi notificada sobre a representação. “No aguardo de tais informações, a empresa reafirma seu compromisso com as melhores práticas operacionais e ambientais”, diz nota enviada ao TODODIA.
Por Walter Duarte
