quinta-feira, 16 maio 2024

CCR de olho no Trem Intercidades

Uma das maiores empresas de concessão de infraestrutura da América Latina, o Grupo CCR (que atua principalmente nos segmentos de concessão de aeroportos e serviços de rodovias no Brasil, entre eles o sistema Anhanguera-Bandeirantes) está de olho na concessão do Trem Intercidades, projeto que prevê interligar São Paulo a Americana, passando por Jundiaí e Campinas.

O trem de passageiros deve receber investimentos públicos e privados estimados em R$ 5,4 bilhões (US$ 1,4 bilhão).
O interesse da CCR foi manifestado na última semana pelo presidente do grupo, Leonardo Vianna, durante a 14ª edição do “CCR Day”, que teve a participação do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) – que vem discutindo o projeto.

Vianna destacou que “está na hora” de a empresa buscar novas frentes de negócio. Doria incluiu no pacote de  rivatizações do Governo do Estado o projeto do trem de passageiros, apresentado a investidores no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, no fim de janeiro. O plano de privatizações do governo contempla desde aeroportos até novos trechos de rodovias e estradas férreas estaduais.

A concessionária de infraestrutura presidida por Vianna tem experiência no setor de transporte de passageiros, por meio das concessionárias ViaQuatro, ViaMobilidade, CCR Barcas e CCR Metrô Bahia, responsáveis, respectivamente, pela operação da Linha 4-Amarela de metrô de São Paulo, Linha 5 – Lilás de metrô e Linha 17 – Ouro de monotrilho de São Paulo, pelo transporte aquaviário de passageiros no Rio de Janeiro e pelo sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas (BA).

Questionada sobre o interesse em investir no projeto regional, a concessionária informou, em nota, que está sempre em busca de novas oportunidades de negócio capazes de gerar valor à companhia. Sobre o Trem Intercidades, a companhia esclareceu que pretende analisar as informações disponíveis até o momento sobre o projeto para verificar sua viabilidade econômico-financeira.

PASSAGEIROS

O Trem Intercidades é um projeto anunciado desde 2012 pelo então governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), que foi encampado pela gestão de Doria (PSDB) – que promete tirar o projeto do papel. O trem de passageiros teria um trajeto de 137 quilômetros, utilizando 83 km da malha viária hoje concedida à Rumo Logística, e 54 km à MRS Logística.

A Rumo já assinou um Termo de Compromisso com o Governo do Estado sobre a utilização do trecho entre Jundiaí e Campinas. Segundo a empresa, este trecho tem maior vocação para o transporte de passageiros, por ser contíguo ao trecho da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e ter maior contingente populacional, além de apresentar pequeno tráfego de cargas, o que permitiria o compartilhamento.

O impasse está no trecho que chegaria a Americana, onde o fluxo de cargas é alto, segundo a Rumo. “Em trechos de grande densidade de cargas, o compartilhamento se torna inviável. Nesses casos, o mais adequado seria a construção de via exclusiva para passageiros, que ficaria a cargo do Estado ou do futuro operador do trem de passageiros”, informou.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que o Governo Federal “vai impor a implantação do Trem Intercidades” na articulação do projeto com a concessionária, segundo o deputado federal Vanderlei Macris, do PSDB de Americana, que discute o assunto na Comissão de Viação e Transportes da Câmara.

O ministro avalia que o projeto tem relevância econômica, o que o “torna amplamente viável”. Na última quarta-feira, o ministro esteve com Doria para discutir o projeto, que deve ter a licitação publicada ainda este ano. Para eles, o trem representa uma “quebra de paradigma” no setor.

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