sexta-feira, 19 abril 2024

Com 419 vítimas de escorpião, Americana já supera número de 2017

Só em 2018, a cidade de Americana já acumula 418 vítimas de acidentes por picadas de escorpião registrados pela rede pública de saúde. O número ultrapassa o total de casos de 2017 (que foi de 409). Nenhuma morte foi registrada em decorrência dos casos.

Como reflexo do constante aumento, mais de 10 mil pessoas assinaram uma petição online para que a Prefeitura de Americana promova a limpeza química da rede de esgoto. A prefeitura informou, no entanto, que há risco à saúde da população e baixa eficácia na aplicação do veneno.

Os bairros com maior número de acidentes são o São Vito, Vila Bertine, São Manoel, Cariobinha, Cordenonsi e Residencial Jaguari, inseridos na área de planejamento quatro da Secretaria de Saúde.

A pasta orienta a população a buscar socorro imediato em caso de picada.

O Hospital Municipal “Dr. Waldemar Tebaldi” é ponto estratégico regional de abastecimento de soro escorpiônico, para atender moradores de Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa.

ABAIXO-ASSINADO
Cansada de encontrar escorpiões em seu apartamento na Vila Rehder, a assistente administrativa Anita Leite, de 29 anos, resolveu fazer um abaixo-assinado virtual solicitando a aplicação de veneno nas galerias de esgoto como forma de combater o aracnídeo.

Em uma semana, a petição online está com mais de 10 mil assinaturas. “Já ocorreu acidente próximo a mim, com uma amiga mas ela já é adulta. Então, fora a dor, não aconteceu nada de grave. Resolvi tomar uma atitude porque não quero mais ver noticiários sobre a morte de mais uma criança. Precisamos de medidas efetivas pra reduzir essa ameaça”, explicou.

Anita se refere à menina Maria Eduarda de Araújo Pigatto, de 10 anos, que morreu na semana retrasada em Santa Bárbara d’Oeste, após ser picada duas vezes quando se trocava para ir à escola. Ela foi socorrida mas não resistiu ao veneno.

Em Americana, a última vítima fatal foi o menino Cauã Ferreira Santos, de dois anos, que morreu em agosto de 2017 após ser atendido em um hospital particular.

Anita, que é mãe de uma menina de 6 anos, resolveu procurar o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Americana para conhecer o trabalho preventivo desenvolvido na cidade e descobriu a proposta da limpeza química da rede de esgoto.

“Liguei na zoonoses pra saber quais as medidas estavam sendo adotadas pra resolver o problema. Eles me falaram que faziam a coleta de escorpiões no cemitério pra fazer o soro mas que existia um projeto elaborado por eles desde 2011 aguardando aprovação”.

A Prefeitura de Americana informou que documentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ministério Público apontam que o uso de veneno em redes de água ou esgoto, assim como galerias, tem baixa eficácia e não é recomendado pelos riscos à saúde envolvidos no processo.

“Há um pleito para que essa ação seja feita, mas não há consenso ou anuência por parte da Vigilância ou da Secretaria da Saúde”, informou o Executivo em nota.

 
 

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