sábado, 20 abril 2024

Luz ultravioleta é testada contra Covid-19 nos transportes

A tecnologia também está sendo utilizada para combater o novo coronavírus. O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) está fazendo testes com luz ultravioleta no Metrô na capital paulista para confirmar a eficiência na prevenção da Covid-19. Se os testes forem positivos na eliminação do vírus, esta tecnologia poderá ser usada em todo o Estado, inclusive nos ônibus intermunicipais na RMC (Região Metropolitana de Campinas). 

A informação foi confirmada pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Segundo a pasta, os testes foram iniciados no último dia 15 com um equipamento que emite luz ultravioleta para sanitizar os vagões dos trens que circulam no Metrô. 

“Os resultados do IPT ficam prontos em sete dias, portanto, nesta semana, e, se comprovada a eficácia, o robô Hyperviolet C600 pode ser um grande aliado no combate ao coronavírus“, informou a pasta em nota. O equipamento que emite luz ultravioleta é usado em diversos países no mundo no transporte público e em hospitais e aeroportos. 

O aparelho tem a capacidade de desinfectar cada vagão ou veículo em até um minuto. O projeto é idealizado no Brasil pelo piloto Lucas Di Grassi, com o conceito de protótipo realizado de forma técnica pela Zasso. 

A capacidade de desinfecção do equipamento depende da energia por área (joule/m²). Em uma aplicação com energia suficiente, a capacidade de esterilização pode ser de 100%, segundo a pasta estadual. 

Ainda segundo a secretaria, as amostras coletadas serão analisadas e, se comprovada a eficácia, a técnica poderá ser implementada em todo o sistema do Estado, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e Metrô. 

SECRETÁRIO 

Em nota, o secretário Alexandre Baldy informou que o governo do Estado está em busca de novas tecnologias mais eficientes para higienizar o transporte público. 

“Essa é uma forma eficaz, ágil e de baixo custo que poderá dar ainda mais segurança a todos os cidadãos que precisam se deslocar”, reforça o secretário. “Temos contato com empresas de transporte no mundo todo, diariamente, e se for necessário, vamos investir em novas soluções para que os nossos passageiros tenham cada vez mais segurança ao ir e vir”, afirmou o secretário estadual. 

É PRECISO PENSAR EM ALTERNATIVAS, DIZ MÉDICO 

O médico epidemiologista André Ricardo Ribas Freitas, da Faculdade São Leopoldo Mandic, informou que o ambiente do transporte público oferece mais oportunidades para a transmissão do novo coronavírus 

Isso por causa do grande número de pessoas que acabam se esbarrando, além de ônibus e metrôs contarem com superfícies que não são higienizadas constantemente.  

“É preciso pensar em alternativas como a cada trecho o transporte público fazer uma higienização completa, ter um distanciamento maior entre os passageiros e, claro, todos de máscara”, informou o epidemiologista.  

O médico informou que o Brasil deve passar pelo mesmo cenário da China, que está em processo de deixar o isolamento social. Mas ressaltou a necessidade de dosar o retorno às atividades sociais.  

“As medidas higiênicas são fundamentais e deverão continuar, como o uso de máscara ao sair de casa. O coronavírus é transmitido muito antes da pessoa apresentar os primeiros sintomas e o vírus deverá ainda circular até que se encontre uma cura”, orientou o médico.  

ALERTA  

Ribas Freitas ainda faz um alerta sobre a forma de se pensar em alternativas após o isolamento social. “Se voltarmos a nos relacionar e conviver da mesma forma que era antes, vamos ter uma crise e em um mês teremos que parar tudo de novo. Será preciso buscar novos princípios no transporte e no ambiente de trabalho”, opinou. 

SAIBA MAIS 

– O mecanismo de desinfecção por radiação UV (ultravioleta) se baseia em alterações no material genético dos microrganismos expostos.  

– Isto ocorre por meio da absorção de energia pelos ácidos nucleicos, prejudicando a multiplicação de células em geral e vírus. 

– A tecnologia tem sido muito utilizada na China, após a disseminação do novo coronavírus, para a desinfecção de veículos do transporte público e até elevadores.

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