terça-feira, 23 abril 2024

No Gabinete de Omar, CPFL atesta ‘nenhum risco’ na barragem

 
Responsável pela PCH (Pequena Central Hidrelétrica) de Americana, a CPFL Renováveis apresentou nesta terça-feira (12) ao prefeito Omar Najar (MDB) laudos que, segundo a empresa, atestam boas condições de conservação da barragem na Represa do Salto Grande.

Diretores da CPFL estiveram no Gabinete do prefeito, onde entregaram documentos que comprovam a segurança das instalações, segundo eles.

Durante a audiência, o prefeito e o diretor de operações da empresa, Adriano Martins Vignoli, inclusive gravaram um vídeo, divulgado no perfil de Omar no Facebook, no qual afastam riscos à população.

“De acordo com os laudos apresentados, ela (barragem) tem risco praticamente zero. Quero deixar a população tranquila, que não existe risco nenhum e a preocupação da CPFL Renováveis é realmente com as populações que estão nas margens e em outras cidades. Não tem perigo nenhum de ocorrer algum desastre como houve em outros Estados brasileiros”, afirmou Omar.

“Para a população, o que posso dizer e reforçar é que todas as nossas barragens estão em perfeito estado de conservação. A barragem de Americana, especificamente, segue todos os requisitos da legislação, passa por constantes manutenções e está hoje atendendo a todos os requisitos, totalmente segura e sem nenhum risco para a população”, declarou Adriano Vignoli.

O encontro teve o objetivo esclarecer possíveis dúvidas sobre a estabilidade e segurança da barragem, uma semana depois de a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) determinar uma força-tarefa para vistoriar 142 usinas hidrelétricas pelo Brasil – entre elas a PCH de Americana, que foi classificada na categoria de “Alto Risco” pela própria agência.

A CPFL diz ter feito investimentos na barragem e que já solicitou à agência a reclassificação do risco.

A nova classificação, que pode baixar a categoria de risco do empreendimento, será divulgada em abril, segundo previsão da Aneel.

FISCALIZAÇÃO
A agência criou um grupo de trabalho para coordenar a força-tarefa que vai fiscalizar “in loco” 142 barragens.

A verificação presencial da força-tarefa começou nesta terça-feira e será feita até maio, em 18 Estados, além do Distrito Federal.

A Aneel não divulga o cronograma das vistorias para não prejudicar as fiscalizações.

No Estado de São Paulo, a operação é de competência da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo).

A barragem de Americana passou pela última vistoria em agosto de 2018, quando foram constatadas melhorias implementadas.

Além do diretor de operações da CPFL Renováveis, Adriano Vignoli, participaram da reunião com o prefeito o superintendente de operações da CPFL Renováveis, Flávio Ribeiro, além de diversos outros diretores da empresa, secretários municipais de Americana e um vereador.

OAB ENTRA NO CASO E QUESTIONA EMPRESA
A Diretoria da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Americana apresentou ofício requerendo informações sobre a segurança da barragem da PCH (Pequena Central Hidrelétrica) instalada na Represa do Salto Grande, sob responsabilidade da CPFL Renováveis.

O documento foi protocolado na agência da CPFL em Americana.

Além da preocupação com a possibilidade de acidentes, principalmente após o rompimento da barragem da Vale do Rio Doce em Brumadinho (MG), a Represa de Salto Grande vem sendo motivo de questionamento de agentes públicos e da população diante da proliferação de macrófitas, mais conhecidas como “aguapés”, que tomam quase todo o espelho d’água há anos.

As plantas aquáticas se reproduzem em ambiente com excesso de nutrientes, como é o caso da água represada no local.

A OAB questiona a possibilidade de que o excesso de aguapés provoque fadiga na barragem, quando impulsionados pelo vento.

O ofício solicita informações sobre as reais condições de conservação do empreendimento e os procedimentos adotados na manutenção preventiva.

Um levantamento da CPFL Renováveis apresentado em novembro demonstrou que a represa estava com 275 hectares cobertos pelas plantas, que prejudicam a vida aquática.

A remoção mecânica dos aguapés, suspensa em janeiro do ano passado para a realização de um estudo sobre o ciclo de vida das plantas, foi retomada em dezembro.

A análise está em fase de compilação de dados para, em seguida, ser apresentada às autoridades competentes.

 

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