quinta-feira, 25 abril 2024

Nova Odessa: Usina traz vantagem econômica e ambiental

A Prefeitura de Nova Odessa inaugurou ontem a primeira usina de compostagem de lodo de esgoto da RMC (Região Metropolitana de Campinas), capaz de transformar em adubo orgânico o lodo obtido a partir do tratamento de efluentes da cidade. 

Além de ser uma alternativa ambientalmente importante, a usina fará a cidade economizar R$ 600 mil por ano com a nova destinação dada ao lodo resultante dos esgotos domésticos. 

Hoje, esse lodo é descartado em um aterro particular, em Paulínia, ao custo de R$ 50 mil mensais – o que será evitado com a usina. 

“Quando assumimos a prefeitura, apenas 7% do esgoto da cidade era tratado. Trabalhamos, investimos e hoje tratamos todo o esgoto que coletamos. Com a ampliação do tratamento, aumentou o volume de lodo e surgiu a necessidade de pensarmos numa destinação melhor para esse material. Ao inaugurar essa usina, além de tratarmos nossos efluentes integralmente, contribuindo com o meio ambiente e vamos economizar R$ 600 mil por ano”, afirmou ontem o prefeito Bill Souza, ao inaugurar pela manhã as instalações da usina, montada em um barracão de 1.250 m² na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Quilombo. 

A compostagem consiste na mistura do lodo de esgoto com restos de podas de árvores e substâncias químicas, como óxido de cálcio e calcário. 

A licença para operação da usina foi emitida no final de junho pela Cetesb. De acordo com a Coden, a usina tem capacidade para produzir 160 toneladas de fertilizante por mês. 

A entrega da obra reuniu, além de secretários municipais e vereadores, o diretor-presidente da Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa), Ricardo Ongaro, e autoridades regionais ambientais. 

O presidente da Coden, responsável pelos serviços de água e esgoto na cidade, destacou o ganho ambiental com a usina. “Em que pese o aterro sanitário ser um espaço apropriado e licenciado pela Cetesb, não é a melhor alternativa ambiental. Com a compostagem do lodo, além de tirarmos uma média de 8,5 toneladas diárias do aterro, vamos usar podas de árvore, cuja destinação é um problema”, disse Ongaro. 

Ongaro observou ainda que o adubo a ser obtido a partir da compostagem do lodo poderá ser utilizado em parques, praças e jardins. 

BILL | Prefeito compara substâncias na abertura da usina

O projeto da usina foi financiado com R$ 1,652 milhão proveniente da cobrança pelo uso da água R$ 234,2 mil de contrapartida da Coden. 

A cobrança pelo uso da água é gerenciada pela Fundação Agência das Bacias PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, cuja decisão de distribuição é feita pelos Comitês PCJ. 

NOVA ODESSA DÁ EXEMPLO, AVALIAM ENTIDADES 

“Nas Bacias PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), Nova Odessa é um exemplo de município comprometido com a melhoria da qualidade da água e o tratamento de esgoto. A usina de compostagem é mais um empreendimento que nasce dessa vontade de melhorar as condições dos moradores da cidade”, afirmou ontem a coordenadora de Projetos da Agência de Bacias PCJ, Elaine Franco de Campos, que esteve na inauguração. 

O diretor-geral da Ares-PCJ ((Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí)), Dalto Brochi, ressaltou o compromisso ambiental da cidade. 

“Nova Odessa é exemplo não só para a Região Metropolitana de Campinas, mas para o Estado de São Paulo e para o país”, enfatizou Brochi. 

Para o superintendente do Consimares (Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos), Valdemir Ravagnani, o “Mimo”, ao processar o lodo, Nova Odessa cumpre mais uma meta estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei federal 12.305/10), que completou 9 anos no último dia 2. 

“A iniciativa de Nova Odessa mostra que é possível reciclar o orgânico. A gente fala muito em papel, plástico e alumínio, mas esquece de reciclar o orgânico”, avaliou o superintendente. 

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