quarta-feira, 24 abril 2024

Praia dos Namorados tem intervenções definidas

A Prefeitura de Americana já tem elaborado um organograma de intervenções para concluir a revitalização da orla da Praia dos Namorados.

A empresa vencedora da licitação aberta nesta semana vai remodelar sanitários, quadras, calçamento e sistemas de iluminação. Também vai instalar o piso tátil e executar o projeto de paisagismo e decoração.

As obras devem consumir investimentos da ordem de R$ 1 milhão e alavancar um projeto urbanístico que se arrasta desde 2013.

NOVELA

Os serviços na orla foram paralisados em 2014 e retomados em 2017. Mas as obras pararam outra vez, logo em seguida, quando a prefeitura suspendeu o contrato com a empreiteira que era responsável pelas intervenções.

Primeiro, houve a denúncia de que a prefeitura, durante o governo anterior, não honrou o pagamento por serviços executados. A empresa, por conta disso, teria abandonado o canteiro de obras.

Em seguida, a equipe técnica do governo municipal constatou a precariedade de serviços executados.

O asfalto novo, por exemplo, já afundava em alguns pontos. A prefeitura, na época, exigiu que a empreiteira refizesse as obras já pagas.

Com o contrato anterior encerrado e o novo processo licitatório aberto, a Administração espera a retomada dos repasses para o custeio do projeto. E a liberação do dinheiro, por parte do Governo Federal, depende legalmente da prestação de contas do dinheiro investido.

Todo o projeto de revitalização da orla foi orçado em R$ 2,3 milhões. Mas o prazo para conclusão das obras foi prorrogado por conta dos problemas contratuais. A prefeitura negocia um novo aditamento.

TRUNFO

Naturalmente, a conclusão definitiva da revitalização da orla será um trunfo político do prefeito Omar Najar (MDB), que concentra esforços para entregar obras anunciadas por seu antecessor, Diego De Nadai, mas que foram “engolidas” pela maior crise política e econômica da história da cidade.

O que se comenta nos corredores da Administração – e mesmo em setores da sociedade civil – é que o aprimoramento da qualidade de vida nos bairros do entorno da represa precisa ser a prioridade da agenda política do prefeito no último ano deste mandato.

DEMANDA

O prefeito sabe que a pauta de obras vai muito além da orla. O entorno da represa agora tem bairros superpopulosos. Glebas que antes eram tomadas por chácaras de recreio agora são núcleos urbanos de vida intensa.

As praias Azul e dos Namorados, no caso, deixaram de ser, efetivamente, pontos de lazer disputados nos finais de semana, e o Poder Público sonha em incrementar o turismo outra vez.

Mas as lideranças comunitárias querem mais. Hoje, elas reivindicam a ampliação dos serviços públicos prestados em áreas essenciais, como saúde, educação, segurança pública, transporte. A demanda é maior a cada dia.

SETOR IMOBILIÁRIO VÊ TURISMO COMO ‘UTOPIA’

O prefeito Omar Najar acerta, sim, em estabelecer uma agenda de obras públicas que buscam oferecer qualidade de vida aos moradores dos bairros do entorno da Represa de Salto Grande. Mas lideranças civis são céticas em comentar os planos da Administração em retomar o turismo na orla.

A cena romântica das praias lotadas – guardada na memória de quem já passou dos 50 anos de idade – ficou efetivamente no passado e não deve voltar. A opinião é de um empresário do setor imobiliário, que acompanhou por décadas a valorização imobiliária do entorno da represa – mas pede anonimato.

Ele cita, por exemplo, que na última década brotaram por lá condomínios residenciais de alto padrão. E que aquelas glebas, cercadas de muros e cercas elétricas, possuem um dos metros quadrados mais caros do município. Famílias que, efetivamente, não estão interessadas em ver a orla tomada de gente.

Para o empresário, a retomada do turismo implicaria em investimentos vultuosos em segurança pública, ordenamento do trânsito e equipamentos públicos. Enfim, o plano exige uma infraestrutura muito maior de serviços, que foge da alçada do Poder Público, principalmente em anos de crise econômica.

“Pensar na praia lotada como nos anos 70 é utopia. Correto é ter governo de qualidade, serviços bem prestados, para quem mora hoje nos bairros do entorno da represa”, afirmou.

ALESP PRESSIONA AS CIDADES POLUIDORAS

RETIRADA DOS AGUAPÉS | Despoluição envolve prefeitura e CPFL Renováveis

 

Os projetos públicos para a recuperação da orla acontecem de maneira simultânea aos debates para a recuperação da própria represa.

Apesar o trabalho executado com a ajuda da própria CPFL Renováveis – empresa responsável pela administração da Pequena Central Hidrelétrica que funciona em Salto Grande – a despoluição do reservatório depende principalmente do engajamento dos municípios à montante, que precisam controlar a emissão de esgoto sem tratamento no Rio Atibaia. Deputados da região estão envolvidos na questão.

A própria Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) possui um levantamento detalhado das emissões clandestinas em cada cidade, e envolve o Ministério Público
em uma campanha que pretende punir severamente os poluidores.

NOSTALGIA 
Foto: Arquivo Pessoal

As praias Azul e dos Namorados, até o final da década de 1970, recebiam até excursões, que traziam turistas de diversas regiões do Estado de São Paulo para curtir dias de sol à beira da represa. Na época, faltava espaço na faixa de areia para tanta gente. Até hotéis e restaurantes funcionavam na orla.

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