A pandemia do novo coronavírus contribuiu para reduzir em 7,03% os valores repassados de ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) dos pedágios instalados na região nas cinco cidades, em 2020, em relação a 2019.
Ano passado, Americana, Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré receberam, juntas, R$ 20.255.156,37 decorrentes do recolhimento do imposto, ante R$ 21.787.462,74, em 2019 (veja quadro ao lado).
Os dados foram divulgados durante a semana pela Artesp (Agência de Transportes do Estado).
O economista Paulo Ferreira Barbosa, professor doutor do IBE-FGV (Institute Business Education – conveniada Fundação Getúlio Vargas), afirmou que essa queda está associada à pandemia.
Isso porque por três meses (março a maio), houve redução brusca do movimento nas estradas e nos pedágios da região em razão das medidas restritivas adotadas para conter o avanço do novo coronavírus.
Apenas transporte de alimentos e medicamentos foram priorizados no período. A partir de junho, a economia reagiu, mas, depois, veio a segunda onda.
“Obviamente essa queda se deve à Covid, à pandemia. E deverá aumentar um pouco (o movimento), mas não muito”, observou o economista.
“O que se percebe é que mesmo que volte ao novo normal, muitas pessoas vão fazer seus trabalhos sem se movimentar. E isso vai diminuir a movimentação nos pedágios, disse o economista. E essa relação também está intimamente ligada com a redução do consumo de combustíveis.
E quanto mais demorar a vacinação em massa da população, mais as empresas mudam suas rotinas de trabalho.
A tendência, comentou o professor universitário, é que vigore o sistema híbrido, com alguns dias de trabalho home office e outros, presencial. E isso reflete na queda do movimento nas estradas para trabalhar ou para promover reuniões.
O economista Cândido Ferreira da Silva Filho, professor da PUC-Campinas, enumera uma série de fatores para essa queda no repasse do imposto aos municípios. Um deles é que houve recessão da economia em 2020, com queda de 4,5% no PIB (Produto Interno Bruto).
“Recessão significa diminuição na produção e circulação de mercadorias. Portanto, se a circulação de mercadorias diminui é lógico que ocorre a diminuição na arrecadação do pedágio. Portanto, esperado menor repasse do ISSQN relativo ao pedágio”, disse Cândido.
Além disso, o lockdown fez as pessoas circularem menos. Este é outro fator que explica a queda no repasse do ISSQN do pedágio, informou o professor Cândido. O desemprego também desestimulou a circulação de pessoas, resultando em menor arrecadação de pedágio e menor repasse do imposto, citou o professor universitário.