Passadas as eleições de domingo (15), os vereadores voltaram a cobrar com mais afinco os problemas no transporte público de Americana, na sessão desta quinta-feira (19).
Vereadores de oposição à prefeitura como Padre Sérgio (PT), Gualter Amado (Republicanos) e Welington Rezende (Patriota) têm batido na tecla nas últimas sessões. Mas o tema ganhou mais atenção ontem, com requerimento de Léo da Padaria (PV), que teve adendos de vários colegas.
“Deixei para depois por causa da eleição, agora fiz este requerimento sobre o transporte público, com questionamentos para a prefeitura. Quero saber quantas reclamações formalizadas pelos usuários foram feitas? Quais são as queixas? Como é a fiscalização para verificar a superlotação e atraso de horários? Tem uma rotina ou é só mediante denúncia? E o processo licitatório, em que fase está? Qual é a previsão para lançamento do novo processo? Estamos recebendo uma enxurrada de reclamações da Sancetur”, disse, agora.
Pedro Peol (PV) completou, pedindo para adicionar outros questionamentos no requerimento. “Sobre o horário de fim de semana, quantos veículos são, e como anda, com que frequência é feita a manutenção dos veículos, além de checar a validade, o tempo de uso deles”.
Welington também falou. “Também recebi reclamações de que neste domingo de eleições os ônibus não circularam normalmente. Gostaria de saber se isto aconteceu”. Conforme os colegas iam sugerindo, Léo da Padaria, autor do requerimento ia confirmando que seriam adicionados os questionamentos.
Vagner Malheiros (PSDB) contou que teve de pegar ônibus e quase se atrasou. “Ontem deu problema no meu Fusca, no freio, quase bati ele. Tive que pegar ônibus, fiquei no terminal aguardando para vir para cá. Até os funcionários estão reclamando. Esse contrato precisa ser revogado urgentemente. Vir uma empresa que tenha cuidado com o cidadão”.
O tucano parafraseou colega. “Como diz o Gualter, está uma vergonha esse atendimento. Me admira muito a prefeitura não ter saído fora. É um desprezo com o americanense. Faço apelo ao Chico, que revogue este contrato e coloque uma empresa em que possamos confiar, senão desestimula a usar o transporte público”, discursou.
Malheiros citou exemplo de Curitiba. “Por que não copia? Nada se cria, tudo se copia, não é vergonha nenhuma. Traz para cidade, melhor do que deixar esse lixo de transporte público, a população não merece”.
Padre Sérgio (PT) recordou. “Denunciei e falei aqui pela terceira vez. Sou Americana é de Bragança, é do ‘brimo’. Só está trabalhando com 20 ônibus, com 40 motoristas, sendo que oito estão de férias. Dos 32, tem que repor e não recebem hora extra. Entram às 5 da manhã, ficam até uma da tarde e depois entram no horário de pico, vão até às 8, e têm banco de horas que nunca vão receber”. Peol reforçou: “favor acrescentar”.
O requerimento com todos os questionamentos listados foi aprovado e enviado à prefeitura. A reportagem questionou o Executivo e a Sancetur- SOU Americana, empresa responsável pelo transporte público, a respeito das reclamações listadas pelos vereadores. Nenhuma das partes respondeu.
No fim de setembro o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou pedido da prefeitura para suspender a liminar que barrou a licitação para concessão do transporte público em agosto desse ano.
Com isso, o processo licitatório segue travado e o município permanece com o contrato emergencial firmado na semana passada com a Sancetur, o quinto com a mesma empresa.
