A Prefeitura de Hortolândia assumiu uma dívida de R$ 5 milhões com médicos terceirizados para não interromper o atendimento no setor de urgência e emergência em meio à pandemia do novo coronavírus.
A empresa contratada, o IBJ (Instituto Bom Jesus), recebeu os valores, mas não efetuou os pagamentos aos profissionais em março e abril, informou a prefeitura.
A administração fez um acordo com os médicos para pagar os salários atrasados de março e parcelar em duas vezes os salários de abril. Depois vai acionar a organização social na Justiça. A falta de repasse ocorreu justamente no período final de contrato com a administração.
O secretário de Governo, Carlos Augusto César, o Cafu, explicou que a prefeitura efetua os pagamentos pelos serviços da organização social nos dias 5 e 20 de cada mês. A prefeitura ficou sabendo no dia 28 de abril (terça-feira) que os 200 médicos terceirizados não haviam recebido os dois últimos salários.
De imediato, o prefeito Angelo Perugini (PDT) determinou que fosse acionado o sindicato dos médicos e montada uma comissão dos profissionais que atendem na cidade.
Na quinta-feira (30), a administração se reuniu com uma comissão de médicos para formalizar o acordo e impedir a interrupção do atendimento.
A prefeitura assumiu então a dívida, para garantir o atendimento à população, informou o secretário de Governo. Os médicos receberam os salários de março e vão receber os vencimentos de abril parcelado em duas vezes.
A administração também pagará normalmente a nova empresa contratada nos dias 5 e 20 de maio.
Segundo Cafu, a prefeitura vai abrir processo administrativo interno contra a organização social que prestava serviços ao município e posteriormente acionará a empresa na Justiça para ressarcimento dos valores pagos e não repassados aos médicos.
“O mais importante é que os médicos tiveram tranquilidade para continuar trabalhando porque vão receber seus salários e a população vai continuar tendo atendimento”, afirmou o secretário de Governo.
Os médicos trabalharam normalmente na sexta-feira (1º de maio), no primeiro dia de atendimento da nova organização social.
OUTRO LADO
A reportagem entrou em contato com o Hospital São Paulo do Instituto Bom Jesus, em Cianorte, no Paraná, mas uma funcionária informou que os responsáveis não trabalhavam no feriado e no fim de semana e que só poderiam atender a reportagem amanhã.
A funcionária informou que a empresa não dispunha de contato da assessoria de imprensa para informar à reportagem. A reportagem não conseguiu uma forma de contato direta com o instituto.
Contratação emergencial
O contrato com o IBJ, que prestava serviço em Hortolândia há um ano e meio, terminou no dia 30 de abril. Uma nova empresa, a AMG (Associação Metropolitana de Gestão), assumiu os serviços na sexta-feira (1). A empresa foi contratada por seis meses.
O valor da contratação dependerá dos serviços prestados, segundo o secretário de Governo.
A empresa foi contratada em regime emergencial para não interromper o atendimento, explicou o secretário.
Enquanto isso, a prefeitura prepara o chamamento público para contratar a nova empresa que vai gerenciar as unidades de urgência e emergência.
Ela será responsável por fornecer médicos às Upas (Unidades de Pronto Atendimento) do Nova Hortolândia – a unidade respiratória destinada aos pacientes suspeitos de terem contraído coronavírus -, do Jardim Amanda e do Rosolen, além do Hospital Municipal e Maternidade Governador Mário Covas e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Segundo o secretário de Governo, os médicos terceirizados que quiserem continuar prestando serviços à nova empresa serão reabsorvidos pela nova OS.