sexta-feira, 19 abril 2024

Brasileiro quer evitar ‘leilão’

Quando a temporada 2018 da F-2 começou, a expectativa no paddock era de que o protegido da McLaren, Lando Norris, dominaria a disputa com seu companheiro de equipe, Sérgio Sette Câmara. Mas não foi o que aconteceu. O brasileiro andou bem ao lado do inglês, tem propostas das melhores escuderias da categoria e já começa a almejar a Fórmula 1.

Um fator, porém, é claro para o mineiro: se 2018 serviu para alguma lição, é de que não vale nada ficar gastando milhões apenas para garantir algum tipo de envolvimento na principal categoria do automobilismo.

“Ficar querendo ser terceiro piloto eu acho um pouco besteira”, disse o piloto à reportagem. “É claro que eu quero estar ligado a uma equipe de F-1, participar de treinos, testar no simulador. Tudo isso é muito legal. Quem não quer? Mas não é o mais importante. Não posso deixar isso me distrair do meu objetivo que é escolher a melhor equipe da F-2 e fazer uma boa temporada lá. O resto é resto.”

As quatro melhores equipes da F-2 conversam com os representantes do piloto, que conta com o apoio de um pool de empresas brasileiras, investimento que pode até aumentar ano que vem e que é bastante dependente da Lei do Incentivo ao Esporte.

Mas isso não quer dizer que Sette Câmara queira participar do verdadeiro leilão de vagas dos terceiros pilotos da F-1. Especialmente equipes do meio do pelotão costumam vender caro suas vagas, dando direito a algumas sessões de treinos livres.

Foi o que aconteceu com dois outros pilotos da F-2 neste ano: Nicolas Latifi e Nikita Mazepin, ambos filhos de milionários que participaram de algumas sessões de treinos livres e testes na F-1 neste ano, mas não são considerados pelo mercado -ao contrário do próprio Norris, terceiro no campeonato e confirmado na McLaren, e do virtual campeão da F-2, George Russell, que tem grandes chances de ir para a Williams.

“Não estou focado em testar [no teste de jovens pilotos de Abu Dhabi, na semana posterior ao fim dos dois campeonatos]. Vemos vários pilotos fazendo ‘treininho’ de F-1. Mas, se não vai bem no campeonato da F-2, não vai chegar na F-1. O que realmente interessa é seu resultado. Eu vi isso de perto nesta temporada”, disse.

“O mais provável hoje é que eu repita a F-2, ainda que não saiba com qual equipe. Vamos tentar ficar com a melhor equipe possível, mas eu sinceramente não sei qual será. Depois de um ano muito bom que tivemos, temos a condição de escolher porque todas as portas estão abertas. Não é uma decisão fácil porque vemos que, em um fim de semana, é uma equipe que anda melhor e em outro, isso muda.”

Sette Câmara é o sexto colocado do campeonato. Falta uma etapa para o final, em Abu Dhabi.

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