O governador João Doria (PSDB) anunciou a prorrogação da quarentena no Estado de São Paulo até 31 de maio, durante uma live realizada às 12h30 desta sexta-feira (7). Na prática, manteve o funcionamento apenas dos estabelecimentos considerados essenciais e o fechamento dos comércios não essenciais.
Ele disse que tomou a decisão para salvar vidas, evitar o colapso da área de saúde, por causa do aumento de 3.300% do número de casos de Covid-19 em um mês. O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, acompanhou o anúncio.
O último boletim, apresentado na coletiva, a ponta que o Estado registrou 41.830 casos confirmados , que é uma radiografia de três semanas atrás, quando a taxa de isolamento era maior – e 3.415 mortos até agora.
“O cenário é desolador”, afirmou o governador. Doria disse que não gostaria de tomar esta decisão justamente com a proximidade do Dia das Mães. O relaxo da quarentena causaria o colapso da saúde e poderia aumentar a insegurança e o número de mortes, avaliou. “Tudo isso traz profunda tristeza. Hoje, o Brasil é um país triste”, disse o tucano.
Segundo o governador, o Dia das Mães será um dos dias mais tristes dos últimos 100 anos. “Será um dia diferente, de solidariedade, de compaixão, de oração pela vida, pelos brasileiros. O nosso sentimento é de proteção”, afirmou o governador na coletiva de imprensa.
Outro argumento do governador é que os estudos comprovam que a quarentena salva vidas. O isolamento social já contribuiu para salvar 52 vidas todos os dias. Até 21 de maio deste ano, devem ser poupadas 3.246 vidas, informou.
“O pior cenário é o que alia mortes e recessão”, disse Doria. “Adotar a quarentena, como fizemos em SP, não é tarefa fácil. Nenhum governante, cidadão e ser humano tem o prazer de dar más notícias, mas se trata de proteger vidas, no momento mais difícil e mais crítico da história desse país”, argumentou.
A coletiva ainda está em andamento e deve ser encerrada às 14h.