domingo, 19 maio 2024

Garota desaparecida em Santa Bárbara é encontrada após 4 dias

A menina Emily Bello Soares da Silva, de 11 anos, que estava desaparecida em Santa Bárbara d’Oeste desde a madrugada do último domingo (5), foi localizada em um posto de combustíveis no bairro Praia Azul, em Americana, nesta quinta-feira (9). Ela disse ter sido sequestrada por um motoqueiro, ficou em cativeiro em um condomínio por quatro dias e que foi solta na madrugada desta quinta em uma estrada de terra. 

Segundo Emily, ela teve de caminhar pela Rodovia Anhanguera (SP-330) até pedir ajuda no posto. O suposto sequestrador – que está foragido – teria ficado com medo de ser preso ao assistir reportagens do desaparecimento da menina na televisão, no cativeiro. O caso teve repercussão nacional. 

Quem confirmou essa versão sobre a soltura foi a própria vítima, em entrevista à imprensa na frente da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Santa Bárbara d’Oeste, no final da tarde desta quinta-feira. Emily deu detalhes da soltura, amparada pelos pais, tios e amigos da família. “Ele (o acusado) assistiu à reportagem, ficou com medo e mandou eu ir embora”, relatou a vítima, depois de ser medicada no Hospital São Lucas, na Avenida Brasil, em Americana, e passar por exames de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal). Os exames ajudarão a confirmar se ela foi estuprada. 

Segundo Emily, o acusado disse que era melhor ela ir embora a pé, porque estava com medo. A garota ficou trancada todo esse tempo em uma residência em um condomínio, segundo ela.  O sequestrador teria feito ameaças e ficou o tempo todo de máscara e boné, relatou. 

ESTRADA DE TERRA 

A menina  contou que deixou o cativeiro, andou por uma estrada de terra e pela Rodovia Anhanguera, avistou uma placa indicando Santa Bárbara d’Oeste, cidade onde reside, passou pela praça de pedágio no quilômetro 118,  em Nova Odessa, mas resolveu pedir ajuda no posto de gasolina na entrada do bairro Praia Azul, já em Americana. Os frentistas reconheceram a menina desaparecida, a alimentaram e chamaram a polícia. 

A vítima contou que, quando ela foi com o acusado, ainda não identificado, andou bastante de moto. Ela disse que o homem passou em uma estrada de terra até uma chácara, em um condomínio, mas não sabe dizer em qual cidade. 

O homem ficou com ela no domingo, no dia do desaparecimento, mas posteriormente ela ficou sozinha no local por três dias. Segundo a vítima, na casa havia várias roupas pequenas e grandes de mulheres e foto de uma mulher. Ela contou que sentiu muita fome e se alimentou à base de biscoitos. 

MOTIVOS 

A pedido da família, a reportagem não questionou os motivos que a levaram a sair com o motoqueiro. Mas a amiga da família, Andriele Mares, relatou que a vítima manteve contatos com o acusado por aplicativo de mensagens e redes sociais. O acusado teria aproveitado a fragilidade da criança, que fazia tratamento para depressão e síndrome do pânico, para convencê-la a abrir o portão, mencionou Andriele. Além disso, o homem teria feito ameaças à família da menina, informou a amiga. 

A ocorrência do desaparecimento foi registrada no 2º Distrito Policial de Santa Bárbara. Já o encontro ocorreu na DDM do município. A menina estava com escoriações pelo corpo, com ferimento na boca e com sinais de ferimentos na mão esquerda. Foram desenhados um retângulo e um X na mão da menina. 

AMIGA TEME QUE ACUSADO FAÇA MAIS VÍTIMAS  

A amiga da família, Andriele Mares, disse que a Polícia precisa prender o “sequestrador” porque ele pode ter abusado de outras meninas, por causa das roupas femininas que estavam no cativeiro. 

Foi por volta de 9h que a PM avisou Andriele que a menina havia sido encontrada. Andriele disse que não sabe se a menina foi drogada, porque ela estava “meio passada” no momento do reencontro com a família. Apenas disse que estava em um “lugar muito chique e bonito”. 

“Chorei muito. Só chorava e agradecia a Deus”, relatou a tia de Emily, Cristina Barizoni, 53.  Emily não saía da casa da tia. 

No fim de semana antes do sequestro, havia participado de uma Noite do Pijama na casa da tia. 

PAI QUER JUSTIÇA E PRISÃO DO ‘SEQUESTRADOR’ 

O pai da menina sequestrada, Cleberson Antonio Soares da Silva, pediu justiça e que a polícia aja rapidamente para prender o suposto sequestrador. “Eu quero que ache o cara. Que a polícia não fique acomodada, que vá a fundo”, relatou o pai.  Ele mencionou que sentia uma sensação de impunidade.  “Quero que pegue ele de qualquer forma”, disse. 

ALÍVIO | O pai de Emily, Cleberson Antonio da Silva (Foto: Ernesto Rodrigues | TodoDia Imagem)

“O importante é que ela está bem. Está aqui. Está viva, graças ao bom Deus e ao nosso senhor Jesus”, disse a mãe de Emily, Thielli Bello, ao lado da vítima e com sua filha bebê no colo. 

A avó de Emily – que praticamente criou a menina -, Lúcia Pereira Alves Soares da Silva, 68, relatou que a neta estava abalada e foi encontrada com a roupa que saiu de casa. 

Segundo a avó, Emily ficou quatro dias com a mesma roupa no corpo. “Foi um alívio, graças a Deus”, disse a avó. “Fiquei aliviada, só queria encontrar minha neta viva”, afirmou.  

EXAMES VÃO COMPROVAR SE HOUVE ESTUPRO

A menina ficou até por volta das 14h desta quinta-feira no Hospital São Lucas, passando por atendimento médico. Posteriormente, passou por exame de corpo delito no IML de Americana. Os exames vão comprovar se ela foi abusada sexualmente. 

O encontro da menina mobilizou a Polícia Militar e a Guarda Municipal, que fecharam com fita zebrada o acesso ao Hospital São Lucas, na Avenida Brasil, para evitar aglomeração. 

Segundo o sargento Josiel, o 190 recebeu uma ligação do posto de combustíveis sobre a presença da menina e que ela havia sido reconhecida como a vítima do sequestro. “Ela estava em estado de choque”, relatou. 

O sargento informou que, até a tarde desta quinta, não havia pistas do acusado.   

 

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