sexta-feira, 17 maio 2024

Preço do leite começa a baixar

O preço do leite para o produtor subiu em julho pelo sexto mês consecutivo, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) de Piracicaba. Entre os motivos para a alta estão a entressafra e também a greve dos caminhoneiros que atingiu todo o país de 21 de maio a 1º de junho. Apesar da alta no campo, o preço para o consumidor final começou a registrar queda.
O valor cobrado em julho (referente à captação em junho) foi de R$1,4781 por litro (sem frete e impostos), o que representa aumento de 14% em relação ao mês anterior.
Quando considerados todos os meses da série histórica, a média de julho é a maior desde outubro de 2016, também em termos reais.
Desde o início de 2018, a alta acumulada real é de 44%. Na comparação com julho de 2017, houve elevação de 15%, em termos reais. A média deste mês está abaixo da de outubro de 2016, quando foi de R$ 1,4817 por litro.
De acordo com a analista de mercado do Cepea, Juliana Cristina dos Santos, a paralisação dos caminhoneiros, ocorrida no final de maio, e a tentativa do setor em normalizar suas atividades no pós-greve ajudam a entender a elevação do preço.
“Tivemos em julho o período de entressafra, e isso já aumenta o preço, além da greve dos caminhoneiros, que paralisou captações e agora estão começando a normalizar as atividades. Teve bastante competição para tentar normalizar (os estoques)”, explicou Juliana.
Para agosto, ainda há expectativa de uma pequena alta nos preços. Porém, a tendência é que a situação comece a se estabilizar.  “A expectativa para agosto ainda é de leve alta ou até estabilidade nos preços ao produtor”, disse a analista.

CONSUMIDOR
Enquanto os preços sobem para o produtor, ocorre o oposto para o consumidor final. De acordo com Mateus Montovani, diretor comercial e de marketing na área de supermercados em Americana, o que se vê nos últimos 10 dias é uma queda de cerca de 20% nos preços.
“Teve reflexo de aumento de preços ao consumidor no período da greve (dos caminhoneiros) e pós-greve. O consumidor ficou desabastecido pela ausência do produto na e ‘aceitou pagar’ o preço do primeiro momento. No decorrer de junho, os estoques da indústria de beneficiamento e do varejo foram repostos, mas o consumidor não ‘aderiu’ ao aumento de mais de R$ 1 por litro”, explicou Montovani.
“Com isso, produtor e laticínios ficaram com excedente de produção, fazendo o preço variar mais de 20% para baixo nos últimos 10 dias. Ou seja, consumidor está  tendo acesso a um leite mais barato nos últimos dias. Subiu bastante até início de junho e, nos últimos dias, o preço caiu bem”, disse.

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