O acidente da largada do GP da Bélgica está sendo estudado cuidadosamente pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para a desenvolvimento da quarta versão do halo, que vai equipar os carros da próxima temporada. Isso porque a entidade acredita que a proteção desviou a trajetória do pneu dianteiro direito do carro de Fernando Alonso, que tinha grande chance de bater no capacete de Charles Leclerc.
A prova disso é a marca que o pneu deixou no halo da Sauber. “Acho que pode ser um pouco especulativo, mas não é preciso imaginar muito para pensar que as marcas de pneu [que ficaram no halo] poderiam estar na cabeça de Charles”, disse o diretor de provas da F-1, Charlie Whiting. “Seria um milagre se o halo não estivesse ali, pois as marcas são bem extensas.”
Prova de que a FIA acredita que o halo foi fundamental para Leclerc sair do acidente sem qualquer tipo de ferimento e começou já no domingo a estudar a dinâmica do acidente para tentar melhorar a segurança da proteção.
“Já fizemos um exame inicial das peças. A câmera de alta velocidade não vai nos ajudar muito, e a câmera onboard não deixou nada particularmente claro. Mas o que está claro é que as marcas de pneu estavam claras tanto nele mesmo, quanto no halo.”
O acidente vai servir, por exemplo, para a FIA entender se a versão atual do halo foi forte o suficiente para aguentar o impacto sem sofrer danos significativos. As fotos após o acidente mostram que ele sofreu algumas rachaduras leves, o que quer dizer que absorveu o impacto. Mas a preocupação da entidade é com a integridade dos suportes que prendem o halo ao cockpit. “Nossos pesquisadores estarão em contato com a Sauber para entender se, quando eles tirarem o halo, os suportes estarão distorcidos. Os parafusos seguiram presos, mas queremos saber se as molas mudaram de forma.”
A FIA busca desenvolver, em sua quarta versão do halo, um modelo que seja, primeiramente, mais leve. Atualmente, ele pesa mais de 10kg e atrapalha a distribuição de peso dos carros. Mas a entidade só pode fazer isso mantendo sua eficácia.
O acidente da largada no último domingo foi o segundo em que o halo se mostrou importante para evitar lesões mais sérias. O outro foi na Fórmula 2, na Espanha, em maio, entre os japoneses Nirei Fukuzimi e Tadasuke Makino.