sábado, 23 novembro 2024

Mais de 100 funcionários morrem por exaustão durante eleições na Indonésia

Durante as eleições gerais da Indonésia, realizadas na última quarta-feira (17), mais de 100 funcionários e policiais morreram por exaustão. Em resposta, o governo planeja mudar a forma como o pleito é realizado. A comissão eleitoral confirmou a morte de 139 funcionários que trabalharam na eleição, segundo a agência Bloomberg. Mais de 500 ficaram doentes após a votação.

Em um único dia, 193 milhões de pessoas foram chamadas para eleger o presidente e os membros do legislativo, entre 245 mil candidatos. Cerca de 81% dos eleitores compareceram. A Indonésia é a terceira maior democracia do mundo. Como comparação, as eleições de 2018 no Brasil tiveram 147 milhões de eleitores aptos a votar. No primeiro turno, houve comparecimento de 79%.

A votação na Indonésia elegeu os membros da Assembleia Consultiva do Povo (DPR), órgão legislativo, e do Conselho Representativo Regional (DPD), uma espécie de Senado enfraquecido, sem o poder de editar leis nem de vetá-las, e para as cadeiras dos legislativos locais das 34 províncias do arquipélago.

A votação demandou o trabalho de 7 milhões de pessoas. Foi a primeira vez que as eleições presidenciais e legislativas foram realizadas na mesma ocasião. Depois do ocorrido, o governo planeja separar as votações em datas diferentes, para facilitar o processo.  A contagem dos votos, registrados em papel, segue sendo feita e pode levar semanas para se obter o resultado final. Levantamentos não oficiais indicam a vitória do atual presidente, Joko Widodo.

Ex-marceneiro e fã de heavy metal, Jokowi, como é chamado, era visto como “homem do povo” quando se elegeu, em 2014, e com esperança devido ao discurso anticorrupção e pró investimento estrangeiro.  Ele, no entanto, recebe críticas por não ter promovido as mudanças que prometeu. Seu principal concorrente, cerca de 20 pontos percentuais atrás nas pesquisas de intenção de voto antes da eleição, é o militar da reserva Prabowo Subianto, 67.

De perfil estatizante na economia e apoiado por grupos islâmicos conservadores, o general amante de cavalos foi acusado de envolvimento no desaparecimento de 13 militantes pró-democracia no final da década de 1990, quando comandava o Exército do país.

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