sábado, 27 abril 2024

ANS abre investigação para apurar denúncias contra a Prevent Senior

Diretoria da Agência decide instaurar procedimento para verificar “causas de anormalidades” na operadora 

Acusação | Prevent Senior é acusada de ministrar “kit Covid” sem liberação de pacientes (Foto: Divulgação)

A diretoria colegiada da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) decidiu nesta quarta-feira (13) instaurar um procedimento para que sejam verificadas “as causas de anormalidades que coloquem em risco a continuidade e a qualidade da assistência prestada aos beneficiários” da Prevent Senior. O procedimento é chamado de regime Especial de Direção Técnica e prevê o acompanhamento in loco de agentes da agência, ou seja, um funcionário da ANS será designado para verificar a situação da empresa.

Em nota, a ANS reforça que não tinha conhecimento a respeito das denúncias contra a Prevent Senior que foram reveladas pela CPI da Covid no Senado, como a realização de estudo sem as devidas autorizações, o uso de pacientes como cobaias, a falta de comunicação aos pacientes sobre o uso dos medicamentos, entre outros.

“Essas denúncias não foram feitas à ANS e são questões que não apareceram nos monitoramentos feitos pela Agência. Vale lembrar que a ANS regula as operadoras de planos de saúde e não atua dentro de hospitais. Essa atividade é desempenhada por outros órgãos que atuam no setor de saúde, como os órgãos de vigilância sanitária e os conselhos federal e regionais de medicina”, diz a nota.

No dia 28 de setembro, a advogada Bruna Morato, representante legal de 12 médicos que fizeram denúncias contra a Prevent Senior, disse em depoimento à CPI da Covid que a operadora de saúde implementou uma política interna de “coerção”, e que os profissionais de saúde acabaram receitando o chamado “kit covid” por medo de sofrerem retaliações, inclusive demissão.

Uma das frases mais marcantes da advogada durante sua fala foi de que “óbito também é alta”. Apesar de anunciar a instauração de um processo para apurar a conduta da Prevent, a ANS destacou na nota que “não se trata de uma intervenção” já que alega que o seu papel como agência não é de interferir na gestão da operadora, mas sim de realizar “um acompanhamento com análises permanentes de informações e definição de metas a serem cumpridas pela operadora”. 

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