A Polícia de Nova York investigou ontem um pacote suspeito encontrado no prédio onde fica o restaurante e a produtora do ator Robert De Niro, forte crítico do presidente americano, Donald Trump.
Outro pacote foi interceptado em Delaware, tendo como destinatário o ex-vice-presidente Joe Biden, democrata. Os incidentes ocorrem a menos de duas semanas das eleições legislativas nos EUA.
Os artefatos seriam semelhantes aos oito enviados até agora a políticos democratas, entre eles o ex-presidente Barack Obama e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, e a figuras ligadas ao partido, como George Soros, conhecido doador democrata.
Seguranças da TriBeCa Productions chamaram a polícia de Nova York informando sobre um pacote suspeito, que foi examinado por meio de raio-x e levado a um terreno do departamento de polícia no Bronx para ser destruído.
De Niro já chamou Trump de “desastre nacional” em um discurso. Em junho, durante o Tony, o prêmio mais importante do teatro, ele disse: “primeiro, eu quero dizer, foda-se Trump”.
O presidente respondeu em uma série de mensagens nas redes sociais, dizendo que o ator tinha um QI muito baixo.
Nas redes sociais, o presidente culpou nesta quinta a imprensa pela “raiva” na sociedade americana.
“Uma grande parte da Raiva que vemos na nossa sociedade é causada pelas reportagens propositadamente falsas e incorretas da Grande Mídia, à qual me refiro como Fake News. Ficou tão ruim e odioso que está além de descrições. A Grande Mídia deve se retratar, RÁPIDO!”, escreveu o presidente.
Ontem, a polícia foi informada às 4h45 da manhã sobre o pacote, que estava no sétimo andar do prédio.
Como os demais, o endereço de retorno era o da congressista Debbie Wasserman Schultz, na Flórida. O envelope também tinha seis selos reproduzindo bandeiras americanas.
A congressista Maxine Waters também seria destinatária de duas bombas, uma encontrada no centro de triagem do Congresso e outra em Los Angeles.
Um artefato endereçado ao ex-secretário de Justiça Eric Holder, que atuou no governo Obama, foi retornado nesta quarta ao escritório de Schultz.
A emissora CNN recebeu um pacote endereçado a John Brennan, ex-diretor da CIA (agência de inteligência americana) que atuou no governo Obama e teve a autorização de segurança -que permite acesso a informações confidenciais- revogada por Trump.
A polícia investiga se os pacotes estão sendo deliberadamente enviados a figuras políticas vilipendiadas pela direita e, mais especificamente, por Trump.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Quantos pacotes foram interceptados?Dez, aos seguintes destinatários: o bilionário George Soros, à congressista da Flórida Debbie Wasserman Schultz, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, o ex-presidente Barack Obama, o escritório da CNN em Nova York, a congressista Maxine Waters da Califórnia (duas unidades), o ex-vice-presidente Joe Biden (duas unidades) e o ator Robert De Niro.
Qual o dano provocado?Nenhum dos artefatos explodiu e ninguém ficou ferido. A própria polícia detonou de forma segura dois artefatos.
Quem enviou os pacotes?A polícia ainda investiga, mas crê que todos tenham sido enviados pela mesma pessoa.
Há outros pacotes-bomba em circulação?Em entrevista na quarta, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, afirmou não descartar a existência de outros artefatos.
Por que eles foram enviados?A motivação não está clara, mas todos os destinatários têm histórico de críticas ao presidente Donald Trump.
Como foram entregues?Um serviço de entregas deixou o pacote na CNN, e a polícia acredita que o artefato entregue na casa de Soros foi deixado em mãos. Não se sabe como os demais chegaram a seu destino.
