sexta-feira, 22 novembro 2024

Bolsonaro admite erro e republica exoneração de diretor da PF sem assinatura de Moro

O presidente Jair Bolsonaro admitiu erro e retirou o nome de Sergio Moro da assinatura da medida de exoneração de Maurício Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal. 

A demissão foi republicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite desta sexta-feira (24) sem o nome de Moro abaixo do de Bolsonaro. 

(Reprodução | Diário Oficial da União)

Na medida, é informado que o ato foi “republicado por ter constado incorreção quanto ao original”. No lugar de Moro, são citados os nomes dos ministros Braga Netto (Casa Civil) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência). 

O primeiro ato de exoneração foi publicado na madrugada como “a pedido” de Valeixo no Diário Oficial, com as assinaturas eletrônicas de Bolsonaro e de Moro. 

Primeira publicação da exoneração (Reprodução | Diário da União)

Ao anunciar sua demissão, Moro afirmou que não assinou a medida e que soube de madrugada de sua publicação. Ainda segundo o ministro, Valeixo não pediu para ser exonerado, ao contrário do que informa o ato no Diário Oficial. 

“Fiquei sabendo pelo Diário Oficial, não assinei esse decreto”, disse o ministro. O agora ex-ministro declarou ainda que isso foi algo “ofensivo” e que “foi surpreendido”. “Esse último ato foi uma sinalização de que o presidente me quer fora do cargo.” 

A Folha de S.Paulo antecipou na madrugada a informação de que o ministro não havia assinado o ato de exoneração de Valeixo e que o então diretor-geral da PF não havia pedido sua saída. O contexto da exoneração de Valeixo foi considerado decisivo para Moro bater o martelo de sua saída do governo. 

No pronunciamento em que rebateu as declarações de Moro, Bolsonaro não esclareceu as razões pelas quais colocou o nome de Moro no Diário Oficial. Sobre Valeixo, afirmou que conversou na noite de quinta (23) com ele para comunicar da exoneração. Pouco depois, Moro comentou o episódio em sua rede social. 

“De fato, o Diretor da PF Maurício Valeixo estava cansado de ser assediado desde agosto do ano passado pelo presidente para ser substituído. Mas, ontem, não houve qualquer pedido de demissão, nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado”, disse o ex-ministro. 

Na retificação da medida, Bolsonaro manteve o caráter “a pedido” da exoneração do chefe da PF. 

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