sexta-feira, 26 abril 2024

Bombeiros levam mais de 15 horas para debelar incêndio na Cinemateca

Inquérito da PF irá apurar as causas e responsáveis pelo fogo que destruiu parte de acervo audiovisual 

Incêndio | Prédio da Cinemateca abriga cópias de obras audiovisuais brasileiras (Foto: Reprodução)

Cerca de 15 horas depois do começo do incêndio no depósito da Cinemateca Brasileira, na Vila Leopoldina, dois caminhões dos bombeiros e uma equipe ainda trabalhavam nesta sexta (30), no final da manhã, para extinguir totalmente o fogo. O prédio corre risco de desabamento.

Um pouco de fumaça saía ocasionalmente pelo teto e profissionais do Corpo de Bombeiros passaram horas com mangueiras dentro do local antes de o fogo ser extinto, o que ocorreu no início da tarde.

Agora, agentes da Polícia Federal devem fazer a perícia criminal do prédio, que foi interditado pela Defesa Civil na noite de quinta (29) devido à extensão do incêndio -25% da estrutura foi afetada e o teto desabou.

A reportagem teve acesso a um vídeo de dentro do segundo andar, no qual se veem escombros do teto que desabou, como uma série de hastes de metal retorcidos, e diversas prateleiras onde eram guardados filmes queimadas. O cenário é de guerra.

Um outro vídeo, que circulava pelas redes sociais, mostrava de cima o imenso estrago feito no prédio em imagens captadas por um drone. O galpão ao lado da Cinemateca ficou intacto.

Segundo Robson Bertolotto, diretor da Defesa Civil, há a chance da parede mais atingida pelo fogo desabar, mas não há risco da construção como um todo cair. O fogo deixou uma grande mancha preta de queimado no segundo andar do prédio, distante da porta de entrada, e danificou também a decoração da fachada, retorcendo uma faixa que imita a película de um filme.

Havia cheiro ocasional de fumaça em frente ao prédio, que foi isolado pela Defesa Civil.

POLÍCIA FEDERAL
Agora, um inquérito conduzido pela Delegacia da Polícia Federal determinará as causas exatas do incêndio, que, segundo a Defesa Civil e ex-funcionários da Cinemateca, começou durante a manutenção do ar-condicionado por uma empresa terceirizada.

Segurando cartazes com dizeres como “um povo sem memória, a quem interessa?” e “não foi acidente, é projeto”, pintados em preto e vermelho, um grupo de cinco pessoas da Juventude do PT fez um ato simbólico em frente ao prédio. Tita Couto, uma das participantes, culpa o governo federal pelo incêndio.

O prédio em questão não é a sede principal da Cinemateca, que fica na Vila Clementino, na zona sul da capital paulista. Mas o depósito atingido pelas chamas também abriga parte importante de seu acervo, como filmes de 35 mm e 16 mm, feitos de material altamente inflamável. Eles seriam cópias para exibição, não os rolos originais.

Também ficam guardados ali o acervo da Programadora Brasil -iniciativa do antigo Ministério da Cultura para exibição de conteúdo em circuitos não comerciais-, equipamentos museológicos, como projetores antigos, e documentos, incluindo quatro toneladas de arquivos sobre políticas públicas para o audiovisual.

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