domingo, 19 maio 2024

Crimes de ódio crescem após atentados e ‘brexit’

O Reino Unido registrou uma disparada nos crimes de ódio nos últimos anos, aponta um relatório divulgado pelo governo britânico ontem.

Foram contabilizadas mais de 94 mil ocorrências entre abril de 2017 e março de 2018, um aumento de 17% em relação ao ano anterior e mais que o dobro de incidências registradas cinco anos atrás. Os dados dizem respeito apenas à Inglaterra e ao País de Gales, sendo excluídos, portanto, crimes na Escócia e na Irlanda do Norte.

O relatório aponta que houve “picos em crimes de ódio após certos eventos como o plebiscito sobre a União Europeia [em 2016] e os ataques terroristas em 2017”. A alta dos índices também se deve, em parte, ao aperfeiçoamento do sistema de registro de ocorrências.

Um dos crimes de ódio registrados no período foi um atropelamento em frente a uma mesquita na região de Finsbury Park, no norte de Londres, em junho de 2017 -após uma série de atentados no país reivindicados pela facção terrorista Estado Islâmico. O ataque, registrado como crime de ódio por ter muçulmanos como alvo, deixou um morto e ao menos dez pessoas feridas.

A maior parte dos crimes de ódio foi motivada por racismo e xenofobia (76%). Outros crimes foram motivados por homofobia (12%), intolerância religiosa (9%), preconceito contra deficientes (8%) e transfobia (2%) -a soma das porcentagens é superior a 100% pois o mesmo crime pode ter mais de uma motivação.

Segundo o relatório, minorias raciais e religiosas são especialmente vulneráveis a crimes de ódio. Por exemplo, pessoas de origem asiática têm aproximadamente quatro vezes mais chances de sofrer ataques do que brancos, e muçulmanos são vítimas de crimes de ódio com uma frequência seis vezes maior do que cristãos.

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também