Manifestação contra presidente Jair Bolsonaro acontece na Avenida Paulista
“Quem quer ver o Bolsonaro preso aí?”, disse a deputada federal Joice Hasselmann ao subir no carro de som na manifestação contra Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde deste domingo (12), na Avenida Paulista, em São Paulo. “Ele, junto dos filhos, montou uma quadrilha familiar”, completou a antiga aliada do presidente.
O ato que ocorre é liderado por movimentos como MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua e causou divisões na oposição ao governo federal. Manifestações também foram realizadas com outras capitais.
De olho nas prévias do PSDB, o governador paulista João Doria também está na Paulista. Ele discursou em cima do carro do MBL, foi vaiado e aplaudido ao mesmo tempo e houve um princípio de confusão entre seus seguranças e manifestantes.
Ciro Gomes (PDT) afirmou que a união de políticos de espectros distintos é necessária para “proteger a democracia”. “A escalada golpista do Bolsonaro tomou proporções maiores”, disse o possível candidato a presidência quando chegou à Avenida Paulista.
O vereador Fernando Holiday (Novo-SP) também discursou contra Bolsonaro, a quem chamou de “jumento” e “corrupto”. “Eu votei no Bolsonaro sabendo que ele era um jumento, mas não sabia que ele seria tão corrupto”, admitiu Holiday.
O político ficou conhecido por integrar o MBL (Movimento Brasil Livre), participando ativamente das manifestações contra Dilma Rousseff (PT) em 2015 e declarando voto em Bolsonaro em 2018, mas hoje está distante dos seus antigos companheiros.
Também pré-candidato à Presidência em 2022, mas pelo Cidadania, o senador Alessandro Vieira declarou que o único caminho na democracia fora dos extremos é por meio da união. Questionado sobre a ausência do PT no ato, afirmou que o partido trabalha em torno de um projeto próprio.
“O PT nunca manifestou disposição para isso. Tem um projeto próprio hegemônico, em torno do Lula”, disse. “Uma imensa parcela não quer Bolsonaro Nem Lula. Tem que fazer uma construção em cima disso.”
Já Ciro afirmou que “haverá tempo para o PT amadurecer” e observou que “não há acordo, do meu ponto de vista, com o Mourão”. Indagado sobre a possibilidade de costurar um apoio com o PT para pautar o impeachment de Bolsonaro, Vieira afirmou que as portas estão abertas.
“O apoio do PT vai ser muito bem-vindo. Até o Bolsonaro contra o Bolsonaro vai ser muito bem-vindo. Ninguém vetou ninguém. O que acontece é que a união no Brasil sempre esbarra no personalismo”, disse.
Questionado sobre como estão as conversas para candidatura ao Planalto para o próximo ano, Luiz Henrique Mandetta (DEM) falou: “Estão acontecendo”. Mandetta também defendeu que é necessário apresentar um posicionamento no atual momento, embora acredite que um impeachment do presidente seja difícil.
“Tem mais de 50% da população que não quer esses dois polos. Está muito fragmentado, espero que quando comece a definir o rosto. Nós vamos passar por muitas análises, a posição é coletiva. Quem quer apoio tem que se expor”, disse. Presidente da UNE, Bruna Brelaz, e as deputadas Isa Penna (PSOL) e Tabata Amaral (sem partido) participam de ato contra Bolsonaro.
A senadora Simone Tebet disse que o ato representa “a verdadeira cara do Brasil”. “Um Brasil plural que aceita conviver na divergência. Principalmente quando nosso principal bem, a democracia, está sob ataque”, disse. No palco, a deputada federal Tabata Amaral discursava sobre a necessidade de um processo de impeachment. Ela mencionou dificuldades como a corrupção, a inflação e o próprio risco à democracia. “O Congresso ouve as ruas. Impeachment já. Fora Bolsonaro”, disse.