domingo, 19 maio 2024

PF abre inquérito sobre vídeo com ataques a ministros

A PF (Polícia Federal) instaurou inquérito para investigar um vídeo no YouTube no qual o coronel da reserva do Exército Carlos Alves refere-se à presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministra Rosa Weber, como “salafrária e corrupta”, além de criticar e fazer ameaças a outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

A abertura do inquérito foi confirmada pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, ontem. Além da investigação sobre o coronel, foram abertos mais três inquéritos para apurar ameaças a ministra.

“Ontem mesmo determinei instauração de inquérito para apurar essas agressões de que ela foi vítima, sabemos de quem se trata e onde se encontra”, disse Jungmann, após cerimônia para repasse de recursos do governo ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Na terça-feira, os ministros da Segunda Turma do STF aprovaram um ofício para que o coronel fosse investigado, a ser encaminhado à PGR (Procuradoria-Geral da República), que se adiantou e solicitou a abertura do inquérito pela PF.
Em resposta ao vídeo, o ministro Celso de Mello, o mais antigo do STF, prestou solidariedade a Rosa Weber e aos ministros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Luiz Fux, que também foram citados. Na abertura da sessão da Segunda Turma, ele afirmou que seus pares foram alvo de “ataques imundos e sórdidos”.

“O primarismo vociferante desse ofensor da honra alheia fez-me lembrar daqueles personagens patéticos que, privados da capacidade de pensar com inteligência, optam por manifestar ódio visceral e demonstram intolerância radical contra os que consideram seus inimigos. Todo esse quadro imundo que resulta do vídeo, que, longe de traduzir expressão legítima da liberdade de palavras, constitui verdadeiro corpo de delito comprobatório da infâmia perpetrada pelo autor”, afirmou Celso de Mello.

No vídeo de 29 minutos, o coronel Carlos Alves faz ainda ameaças ao TSE, caso o tribunal leve adiante uma ação que possa resultar na cassação do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro. “Se aceitarem essa denúncia ridícula e derrubarem Bolsonaro por crime eleitoral, nós vamos aí derrubar vocês aí, sim”, diz.

Em nota divulgada na terça, o Exército informou ter aberto uma investigação para apurar a conduta do coronel. “O referido militar afronta diversas autoridades e deve assumir as responsabilidades por suas declarações, as quais não representam o pensamento do Exército Brasileiro”, afirma o texto.

Já o MPM (Ministério Público Militar) informou ontem que não têm competência para analisar as declarações do coronel. Segundo o órgão, a conduta não se trata de crime militar e o caso deve ser apurado pelo MPF (Ministério Público Federal).

Desde início do processo eleitoral, a PF já abriu 2.007 inquéritos para apurar irregularidades cometidas por cidadãos.

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