domingo, 28 abril 2024
Operação Murder Inc.

PF prende suspeitos de mandar matar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes

Deputado federal Chiquinho Brazão, irmão Domingos Brazão e ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, são detidos em operação da Polícia Federal
Por
Redação

Na manhã deste domingo (24), a Polícia Federal realizou a prisão de três suspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco. A Operação Murder Inc., que investiga os homicídios da vereadora, do motorista Anderson Gomes e a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves, resultou na detenção do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.

A ação, que contou com a participação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), ocorre após seis anos do crime e incluiu também a realização de 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal.

O apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública foi fundamental para a operação, que investiga ainda os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça. Segundo o artigo 797 do Código Penal, os mandados de natureza criminal podem ser executados a qualquer momento, inclusive aos domingos e feriados.

Chiquinho e Domingos Brazão possuem influência política em Jacarepaguá, reduto tradicionalmente dominado pela milícia na zona oeste do Rio de Janeiro. Chiquinho Brazão, eleito para a Câmara dos Deputados em 2018, foi citado na delação do assassino de Marielle, Ronnie Lessa. Já Domingos Brazão teve seu nome mencionado no depoimento do miliciano Orlando Curicica.

Marielle Franco, socióloga e vereadora carioca, foi assassinada a tiros em março de 2018 no Rio de Janeiro. Até então, somente os executores do crime – os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, e o ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, o Suel – haviam sido presos. Élcio de Queiroz, em delação premiada, confessou ter dirigido o veículo utilizado no crime, enquanto Ronnie Lessa teria efetuado os disparos.

Irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco manifestou-se no X:

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, compartilhou em suas redes sociais neste domingo, 24, sua comemoração pela prisão dos suspeitos do assassinato de sua irmã, a vereadora Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes. A Operação Murder Inc., realizada pela Polícia Federal, resultou na prisão do deputado Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TC-RJ), e do ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.

Em seu perfil, Anielle Franco expressou: “Só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê? Agradeço o empenho da PF, do governo federal, do MP federal e estadual e do ministro Alexandre de Moraes. Estamos mais perto da Justiça! Grande dia!”.

A ministra ainda compartilhou uma publicação do ministro do STF e ex-ministro da Justiça, Fábio Dino, onde ele menciona o Domingo de Ramos como um momento de celebração da fé e da justiça.

A prisão preventiva dos suspeitos foi realizada após a homologação da delação premiada de Ronnie Lessa, ex-policial militar apontado como o executor do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes em março de 2018. As investigações buscam esclarecer não só a autoria, mas também a motivação por trás do crime. Em depoimento, um comparsa de Élcio Queiroz, que dirigia o carro utilizado no crime, mencionou o deputado Chiquinho Brazão, fato que levou o caso a ser remetido ao STF para continuidade das investigações.

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