sábado, 27 julho 2024
AJUDA PAULISTA

Primeira equipe de bombeiros de SP retorna do RS após cerca de mil salvamentos

33 bombeiros voltaram para casa, mas outras equipes já foram enviadas para dar continuidade para missão
Por
Isabela Braz
Foto: Divulgação/Governo de SP

A primeira equipe de bombeiros paulistas enviada ao Rio Grande do Sul (RS) para ajudar o governo gaúcho no resgate das vítimas das enchentes desde 1º de Maio, retornou nesta segunda-feira (13) a São Paulo. Foram 814 pessoas e 170 animais resgatados durante a passagem pelo Estado.

Uma nova equipe, também com 33 militares, já foi enviada para dar continuidade ao estado gaúcho nesta missão. Até o momento, as buscas e os salvamentos tiveram apoio de dois cães, de oito viaturas e sete embarcações, que permanecem no local para dar suporte à nova equipe paulista. O grupo médico também prestou mais de 80 atendimentos ambulatoriais à população e aos policiais que atuavam nas ocorrências.

“Nunca vi um cenário tão catastrófico em 19 anos de carreira”, descreveu o sargento Marcel Carvalho, que passou cerca de dez dias na linha de frente dos resgates no RS. O bombeiro participou do salvamento de quatro pessoas e dois cachorros que caíram de um barco em Eldorado do Sul, na última quarta (8).

O apoio das forças de segurança de São Paulo foi fundamental para o salvamento de muitas vidas. “Em geral, quando chegamos ao local o desastre já aconteceu, mas no RS ainda teve uma evolução e só depois veio a estabilização. A nossa presença foi um diferencial naquela situação de início”, diz o tenente Felipe Flora, responsável pelo planejamento das operações e organização de dados no Sul.

Além do cenário de destruição, segundo o tenente Fábio Spacassassi, o que mais intrigava os bombeiros na operação era o nível da água. “Em todas as vezes em que atuei em locais com enchentes, a água depois de um tempo baixava. Lá no Sul continuava igual, chegava a bater no segundo andar das casas. Eu voltei com a sensação de que a água está no mesmo nível depois de dez dias”, diz.

RESGATE DO CAVALO CARAMELO

O Tenente Fábio e o capitão Franco participaram do resgate do cavalo Caramelo na quinta (9), em Canoas, que comoveu o país. O animal estava ilhado há quatro dias no teto de uma casa e para o resgate, contou com a força-tarefa montada com a participação de veterinários da Polícia Militar de SP, liderada pelos Bombeiros paulistas

“Gastamos muita energia para fazer essa ação, tinha muitos riscos envolvidos. Foi um planejamento muito bem elaborado e que teve um final feliz”, diz o capitão. Esta foi a primeira ação humanitária em que participou. “A demanda era muito maior que a oferta de serviço”, observa.

O deslocamento do animal, que precisou ser sedado, até um lugar seguro, durou cerca de meia hora. O caso comoveu todo o país, tendo o animal chego em primeiro lugar nas trends do X (antigo Twitter). Caramelo segue recebendo todos os cuidados necessários por equipes de veterinários.

Foto: Divulgação/Prefeitura de Porto Alegre

INSTALAÇÕES

A equipe ficava instalada na base do Comando Geral dos Bombeiros, em Porto Alegre. “Levamos água, alimentos, colchões, remédios, equipamentos. Fomos autossuficientes, não incomodamos em nenhum momento o estado que já sofre com essa calamidade”, diz o major Adriano Baruffaldi, comandante das equipes de SP nas missões no Sul.

O comandante observa que não conhecer a área dificultava muito o deslocamento da equipe até as ocorrências. “Já participei de várias ações humanitárias, mas essa do Sul é sem precedentes. É praticamente o estado inteiro atingido e muitas pessoas em situações de risco. Sem dúvidas marcou a vida de todos nós. ”

Depois de atuarem em missão por quase 230 horas, praticamente de forma ininterrupta, em uma situação tão adversa e cheia de desafios, “não há nada melhor do que chegar em casa, rever os amigos e abraçar os familiares”, admitem os bombeiros que participaram da missão. “É uma sensação de dever cumprido. Além das pessoas resgatadas, a melhor sensação de todo bombeiro quando volta de missão é estar com toda a sua equipe bem para devolvê-lo à sua família”, diz o sargento Carvalho.

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