domingo, 9 fevereiro 2025

Sob pressão do centrão, presidente faz posse de Queiroga em cerimônia fora da agenda

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu posse, no final da manhã desta terça-feira (23), ao novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga.

Por causa de pressão do centrão, a cerimônia ocorreu no gabinete da Presidência da República, sem a presença de convidados e da imprensa, e sem constar na agenda oficial.

A decisão se deveu ao movimento iniciado desde o final de semana por integrantes do centrão de convencer o presidente a indicar outro nome para o posto.

O decreto de nomeação foi assinado pelo presidente Bolsonaro e publicado em edição extra do Diário Oficial da União. Na mesma publicação, também consta a exoneração de Eduardo Pazuello do cargo. O general do Exército deve ser remanejado para chefiar o PPI (Programa de Parcerias e Investimentos).

Com a demora de Queiroga em se desvincular de uma clínica da qual era sócio, o bloco partidário chegou a sugerir a ministros palacianos que reconsiderassem as indicações dos deputados federais Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), o Doutor Luizinho, e Ricardo Barros (PP-PR). Além disso, segundo assessores palacianos, a posse às pressas também teve como objetivo evitar cobranças das cúpulas do Legislativo e do Judiciário em reunião marcada hoje.

A decisão de fazer uma posse discreta não foi bem avaliada por integrantes do próprio governo, sobretudo da cúpula militar. A avaliação deles é de que Bolsonaro deveria ter aproveitado a cerimônia para sinalizar uma mudança de postura do governo federal em relação à crise de saúde.

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