domingo, 6 outubro 2024

Trump suspende restrição ao Brasil

Às vésperas de deixar o cargo, o presidente dos EUA, Donald Trump, suspendeu as restrições de viagem a passageiros não-americanos vindos do Brasil e da Europa. O anúncio foi publicado nesta segunda-feira (18) para que a medida comece a valer em 26 de janeiro, mesmo dia em que entra em vigor a exigência de teste negativo para Covid-19 aos estrangeiros que quiserem entrar em território americano.
A decisão, porém, pode ser revertida pelo democrata Joe Biden, que toma posse nesta quarta-feira (20) e tem dito que sua preocupação primordial é o combate à pandemia do coronavírus, que já matou quase 400 mil americanos.
Com a medida anunciada por Trump, cidadãos não-americanos que estiveram no Brasil e em outros 28 países europeus nos últimos 14 dias poderão entrar nos EUA com um resultado negativo para teste de Covid-19 feito três dias antes de viagens – a medida foi anunciada na semana passada e considerada pelas companhias aéreas como a abertura do caminho para que o governo americano suspendesse as restrições.
A agência de notícias Reuters havia informado no fim de novembro que a Casa Branca estudava suspender parte das restrições de viagem impostas pelo governo do próprio Trump na tentativa de conter a pandemia de coronavírus.
Segundo a reportagem apurou, todas as questões burocráticas em relação ao Brasil tinham sido resolvidas nos últimos dias e as autoridades só estavam esperando o aval de Trump, antes de o republicano deixar o cargo.
Desde maio, somente americanos ou estrangeiros com residência permanente nos EUA podiam entrar no país vindo de nações sob restrição -havia exceções para casos como vistos diplomáticos e para quem viajava por razões humanitárias, de saúde pública e de segurança nacional, por exemplo.
O governo americano havia se comprometido, nos bastidores, a analisar a situação do Brasil logo no primeiro grupo de países em que a suspensão ou revisão de restrições fosse reconsiderada -o que constava também a Europa- mas não havia garantias sobre datas ou formato para uma medida concreta.
De acordo com pessoas envolvidas nas negociações, os EUA avaliavam tanto suspender totalmente as restrições -cenário considerado mais difícil de acontecer até o fim do ano- como liberar a entrada de grupos de viajantes de forma escalonada, autorizando primeiro a entrada de estudantes e empresários, por exemplo.
Além do Brasil, a decisão de Trump beneficia viajantes que passaram pelo Reino Unido, Irlanda e pela pela zona Schengen, que reúne 26 países europeus e onde não há controle de passaportes nas fronteiras internas. O veto à entrada da maioria de cidadãos estrangeiros que viaja da China e do Irã aos EUA, porém, permanece vigente.
Os EUA ainda são os líderes do mundo em número de casos e mortes por Covid-19, com quase 270 mil vítimas, mas houve muita pressão, principalmente por parte das empresas aéreas, para que a circulação de passageiros fosse retomada depois de tantos meses.
O plano ganhou apoio de membros da força-tarefa do coronavírus da Casa Branca, da área de saúde pública do governo americano e de outras agências federais, sob argumento de que as restrições não faziam mais sentido, já que a maioria dos países ao redor do mundo não estava mais sujeita a proibições deste tipo.
Além disso, autoridades do governo Trump afirmavam que o fim das restrições seria um alívio para as companhias aéreas americanas, que viram as viagens internacionais caírem 70%, de acordo com o setor.
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