sexta-feira, 26 abril 2024

Após decreto, interesse por armas cresce na região

Não são muitas as opções, em cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) para se comprar legalmente uma arma, comumente chamada de arma de defesa pessoal, como são casos de revólveres e pistolas, mas comerciantes legalizados da área notaram aumento na procura de pessoas interessadas em se armar após a publicação, nesta semana, do decreto presidencial que flexibiliza a posse de armas no País.

Dados da PF (Polícia Federal) em São Paulo indicam que os registros de novas armas por pessoas físicas cresceram 20,8% de 2017 para 2018, passando de 2.227 para 2.691. E no mesmo período as renovações de registros saltaram de 19.617 para 20.659.

A reportagem constatou que apenas quatro cidades da RMC têm lojas que vendem armamentos e, em todas elas, a busca por informações sobre como obter uma arma cresceu vertiginosamente na última semana. Evidentemente, a aquisição requer não ter antecedentes criminais, ter residência fixa, entre outras exigências.

PROCURA DIÁRIA
Comerciantes de Americana, Campinas e Santa Bárbara d’Oeste disseram que as vendas em si ainda não aumentaram, mas a procura por informações, que era de no máximo três pessoas por semana, está agora em três pessoas ou mais por dia.

No ramo há 10 anos em Americana, o comerciante Luiz Carlos de Campos Filho disse que as pessoas querem saber principalmente o tipo de arma que podem adquirir e quais são os seus valores. Os preços de revólveres e pistolas automáticas, por exemplo, variam de R$ 3.200 à R$ 6.300, mas alguns comerciantes dizem que sempre há opções mais em conta.

Eles garantem que, se os pedidos aumentarem muito, não aumentarão os estoques nas lojas, por questão de segurança. “Continuarei trabalhando como sempre fiz, só retirando os pedidos na fábrica e entregando-os logo aos clientes, sem estocar armas na loja”, disse Paulo Calleri, que é policial civil, instrutor de armamento e tiro e diretor no Combatte (Centro de Treinamento Tático Integrando), que é dotado de loja de armas, em Campinas.

Embora animados com a movimentação de pessoas ao menos interessadas em informações sobre venda de armas, outros comerciantes do ramo, com lojas em Campinas e Santa Bárbara d’Oeste, acreditam que efetivação das vendas comecem só nos próximos meses, até porque a venda exige que a pessoa cumpra todos os requisitos para autorização para a compra, procedimento sob responsabilidade da Polícia Federal, e que demora meses para ser efetuado.

EX-POLICIAL CONDENA
Um policial aposentado após 23 anos de serviço, ouvido pela reportagem, mas que pede para não ser identificado, diz em poucas palavras achar “absurdo” facilitar posse de arma no Brasil. Para ele, criminosos se armam adquirindo armas compradas legalmente por terceiros.

“Quem arma bandido é a população que compra uma arma legalmente e acaba vítima! Armas diferentes, como fuzis AR 15 ou AK 47, sempre foram minorias em apreensões”, diz.

 

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