sábado, 11 maio 2024

Casos de coronavírus voltam a subir na RMC

O número de casos de coronavírus voltou a aumentar na RMC (Região Metropolitana de Campinas), segundo estudo e nota técnica do Observatório da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica), divulgado nesta quarta-feira (19). 

O aumento acontece também em Campinas, principal cidade da região, e na Divisão Regional de Saúde de Campinas, que envolve 42 municípios e é a região levada em conta pelo governo do Estado no Plano São Paulo. 

Segundo o estudo, ao término da 33ª Semana Epidemiológica (15 de agosto), haviam sido notificados 73,1 mil casos e 2,3 mil óbitos no DRS-Campinas, com letalidade de 3,21%. Na RMC, 54,8 mil infectados e 1,6 mil mortos, com letalidade de 3,06%. Campinas, epicentro da pandemia na região, contabilizava 23,5 mil casos e 874 mortes, com letalidade de 3,7%. 

De acordo com a nota técnica do Observatório PUC-Campinas, o número de infectados em Campinas cresceu 14,2% em relação à semana anterior. As mortes, que vinham em queda por duas semanas consecutivas, tiveram pequena alta, de 2,6%. 

O comportamento de alta no número de casos também foi verificado na RMC, que teve um aumento de 5% em novos registros, e no DRS-Campinas, onde o crescimento de novas infecções superou os 9%. 

Na segunda posição no Estado em números absolutos de casos e mortes por coronavírus, atrás apenas da Grande São Paulo, o Departamento Regional de Saúde de Campinas, composto por 42 cidades, recebeu autorização do governo estadual para reabrir gradativamente o comércio e outras atividades previstas. 

A nota técnica da PUC aponta que os municípios com menor incidência são Vargem e Monte Alegre do Sul, com 410 e 425 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. Na outra ponta, Paulínia, Jundiaí e Hortolândia são os municípios com maior incidência, todos com mais de 2 mil casos por 100 mil habitantes. 

Em relação aos demais municípios paulistas, 12 dos 42 do DRS-Campinas e dez dos 20 da RMC estão entre os 25% de maior incidência – acima de 1.388 casos por 100 mil habitantes. 

Até agora, cinco dos 42 municípios do DRS-Campinas não declararam mortes pela Covid-19. Por outro lado, Jundiaí e Campinas continuam entre os municípios com maior índice de mortes do DRS-Campinas, com 83 e 74 mortes por 100 mil habitantes, respectivamente. 

Na RMC, Campinas e Nova Odessa são, neste momento, os municípios com os mais altos coeficientes de mortalidade – 74 e 58, respectivamente -, sempre por 100 mil habitantes. Esses municípios estão, inclusive, no grupo dos 25% dos municípios com maiores taxas de mortalidade, no Estado de São Paulo (cidades com pelo menos 41 mortes por 100 mil habitantes). 

TESTAGEM E CIRCULAÇÃO AJUDAM A EXPLICAR  

Infectologista do Hospital e Maternidade Celso Pierro, da PUC-Campinas, André Giglio Bueno avalia que as taxas mais altas observadas na análise são multifatoriais. “A testagem universal das síndromes gripais e algumas mudanças nos critérios para a confirmação de casos podem justificar esses aumentos. Contudo, é possível também que a maior circulação de pessoas em resposta à progressão da flexibilização já tenha algum papel”, explica. Apesar disso, a taxa de ocupação de leitos intensivos se manteve abaixo dos 80%. 

“Em todo caso, é essencial que as medidas para evitar o contágio sejam cada vez mais reforçadas e praticadas. Quanto maior for a flexibilização, mais precisaremos do engajamento da população para evitar um aumento expressivo dos casos, o que nos levaria de volta à situação caótica que vivemos no fim de junho, com crescimento de internações e mortes, além da pressão ao sistema de saúde”, acrescenta o professor de Medicina da PUC-Campinas. 

Atento à economia, sobretudo após a retomada de certas atividades na fase amarela, o docente extensionista Paulo Oliveira entende que, mesmo após a liberação de certas atividades, o trajeto para a recuperação ainda é longo. 

“A taxa de desocupação chegou a 13,7% na última semana de julho no Brasil. Essa realidade, somada às reduções de carga e salários que limitam a capacidade de consumo das famílias e resultam no empobrecimento da população, deverá atrapalhar uma recuperação da economia nos próximos meses”, diz o economista, que coordena as notas técnicas sobre a Covid-19 pelo Observatório PUC-Campinas.  

SÃO FRANCISCO TEM MAIOR TAXA DE OCUPAÇÃO 

O Hospital São Francisco segue com a maior taxa de ocupação de leitos com respiradores em Americana. Até a noite desta quarta-feira (19), com a última atualização divulgada no site oficial da prefeitura referente a terça-feira (18), o hospital tinha uma ocupação de leitos com respiradores de 80% – dos 15 disponíveis, 12 estavam ocupados. 

SÃO FRANCISCO | Ocupação nos leitos sem respiradores no hospital é de 28% (Foto: Arquivo | TodoDia Imagem)

Em segundo lugar vem o Hospital da Unimed, com 71% de taxa de ocupação, com dez de 14 leitos com respiradores ocupados. No São Lucas, a taxa era de 50%, com cinco de dez leitos ocupados, e no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, a ocupação era de 53% (nove de 17 leitos). Levando-se em conta toda a cidade, 36 dos 56 leitos de UTI com respiradores estão ocupados – 64%. 

Em relação aos leitos sem respiradores, a taxa mais alta de terça foi da Unimed com 83%: dez de 12 estavam ocupados. Em toda a cidade, a taxa de ocupação era de 48%, com 31 de 65 leitos ocupados. No São Francisco, a ocupação foi a mais baixa nos leitos sem respirador, de 11% (dois de 18 leitos ocupados).  

MÉDICO DE 45 ANOS MORRE 

Morreu na manhã desta quarta, de coronavírus, Eduardo Fakiani Macatti, 45, médico infectologista do Hospital São Francisco, em Americana. 

Ele estava internado no Hospital Celso Pierro, da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica). Macatti, que morava em Capivari, trabalhava em outros hospitais e unidades de saúde da região e era coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Haoc (Hospital Augusto de Oliveira Camargo), em Indaiatuba. 

MACATTI | Trabalhava no Hospital São Francisco (Foto: Reprodução | Facebook)

A reportagem tentou, sem sucesso, contato com a assessoria do Hospital São Francisco. Amigo de Macatti, o médico cardiologista Luiz Carlos Chiaparine, vereador em Indaiatuba, lamentou a morte em postagem no Facebook. “Que Deus conceda alívio ao coração de todos. Os meus pêsames para toda a família e amigos”, afirmou.  

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