quarta-feira, 8 maio 2024

Empresa vai executar obra antienchente no bairro Cariobinha, em Americana

Uma empresa de Bauru (SP) – a Maria Santa Locação e Obras – ganhou a licitação pública para a execução das adequações da rede pluvial do Cariobinha, bairro castigo pelas enchentes em todo período de chuva. A construtora apresentou um orçamento de R$ 1,84 milhão para executar as obras que, por força de contrato, devem estar prontas em cinco meses. 

A notícia é um alento para os moradores de ruas como a São Sebastião, São Benedito e São Simão, que alagam a cada chuva. E a espera por solução é longa. Tanto é que moradores, com a ajuda do Ministério Público, conseguiram que a Justiça determinasse, no final do ano, que a prefeitura executasse as obras, e não aceitou recurso da administração para postergar o projeto. 

O prefeito Omar Najar (MDB) anunciou, no começo deste ano, que buscava recursos do governo estadual para financiar a instalação da nova rede coletora e bocas-de-lobo. Mas o dinheiro não veio. Omar viu que teria de investir recursos próprios no projeto e abriu o processo licitatório para contratar os serviços. 

A empresa contratada se compromete a fornecer materiais, mão de obra e equipamento. E os serviços começam imediatamente após a assinatura do contrato, que só aguarda neste mês o fim do prazo legal para interposição de recursos. Pelos planos do prefeito, os serviços estarão prontos no final de dezembro, no encerramento do seu mandato. 

Quem mora no Cariobinha esperava pela notícia há muito tempo. A situação ficou mais complicada em meados da década, quando brotaram no bairro empreendimentos imobiliários gigantescos, como os condomínios de apartamentos Americana Gardens e o Vila Carioba. A população do bairro explodiu, e sobrecarregou a antiga rede de tubulações. 

CRESCIMENTO | Condomínios na região do Cariobinha

O governo informa que em alguns bairros antigos da cidade – como é o caso daquela região – a rede foi instalada há mais de cinco décadas. 

‘PISCINA’ FAZ MORADORES IMPROVISAREM CAMINHOS PARA CHEGAR OU SAIR  

O vigilante Waldir Martins, morador da Rua São José, vive na mesma casa onde nasceu, há 57 anos, e fala que se acostumou a ver o bairro alagado. “A quadra vira uma piscina”, diz. “O campo de futebol do bairro fica embaixo da água, e não passa carro por aqui. Estamos cansados de esperar uma solução”, diz. 

 
MARTINS | “A quadra vira uma piscina”, diz vigilante | RV LURDINHA | É preciso correr para tirar o carro da rua

O consultor de vendas Eduardo Lopes mora no Vila Americana, e conta que os moradores do térreo sofrem demais. A água volta pela tubulação e alaga apartamentos. “A gente tem de improvisar caminhos para chegar ou sair do condomínio, pois forma uma piscina perto da guarita”, fala. 

A própria administração afixou uma placa no muro do condomínio, alertando que os motoristas não devem deixar o carro estacionado na Rua São Sebastião nos dias de chuva. 

A cuidadora de idosos Lurdinha Lima, conta que há seis anos se mudou para o Gardens. A frente do conjunto fica na Rua São Gonçalo, mas o aguaceiro toma conta do pátio de estacionamento, nos fundos. “Quando chove forte, o alarme toca e o dono do carro corre para tirar o veículo da vaga afetada. O carro é levado para um ponto alto do terreno”, afirma. 

LURDINHA | É preciso correr para tirar o carro da rua

E as histórias se repetem por todo o bairro. Levantar as cadeiras e lavar as calçadas embarreadas virou ato corriqueiro no bairro. “Ih, a gente cansa de ver a água chegando a um metro de altura no muro”, conta a dona de casa Saviana Alexandre. 

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