quinta-feira, 25 abril 2024

Fim de coligações para vereador muda o jogo em Americana

A 11 meses das eleições municipais para prefeito e vereadores, em outubro de 2020, os partidos políticos começam a se movimentar. A mudança mais significativa nas regras eleitorais será a proibição de coligação na chapa proporcional, para vereadores. 

A tendência é que as agremiações lancem mais candidatos a prefeito para puxar votos para as legendas e, assim, garantir a conquista de cadeiras no Legislativo. A disputa é por candidatos que puxem votos. 

Representantes dos diretórios de Americana analisaram o próximo cenário político, mas essas mudanças vão impactar nas candidaturas em todo o País. 

Aliás, o veto a coligações na chapa para deputados foi colocada em prática na última eleição. 

Segundo o secretário do MDB, Davi Evangelista, essa regra deve valer para o pleito de 2020 porque qualquer mudança teria de ser feita um ano antes do pleito – no caso, até outubro deste ano, o que não ocorreu. 

UCHIDA 

O chefe do Cartório Eleitoral da Zona 158, no Centro de Americana, Márcio Uchida, disse que as resoluções para as eleições municipais do ano que vem devem ser publicadas até 19 de dezembro deste ano. 

“De fato seguem as normas das eleições gerais para 2018, que devem se converter para as eleições municipais”, explicou Uchida. 

Pela legislação, cada partido poderá lançar 29 candidatos à Câmara, dos quais nove mulheres. 

CHAPA PURA 

Para o vereador Gualter Amado (Republicanos), acaba a coligação de partidos para vereador. “Só vai poder coligar agora para majoritário, que seria para prefeito e vice-prefeito”, disse. 

A seu ver, a regra tem o lado bom e o lado ruim, porque, na realidade, será menor o número de partidos. Isso é ruim. 

“Todos os partidos agora terão que ter a regularidade nos cartórios eleitorais para poder conseguir manter a chapa de vereadores. Isso é o lado bom. Só partidos regulares e com a chapa pura que vão conseguir brigar por cadeiras no Legislativo. Isso é importante”, resume. 

DEBATE AMPLO 

O fim das coligações proporcionais fortalecerá os partidos, na opinião do presidente do PT de Americana, Marco Antonio Barion, o Russo. “Nós, do PT, já na última eleição, e em uma condição desfavorável para a gente, disputamos com chapa única e conseguimos ter nosso lugar na Câmara”, 

Segundo o dirigente, o partido trabalha para construir a chapa e aumentarmos a participação no Legislativo de Americana. 

Para ele, é de suma importância a discussão dos projetos com os trabalhadores, pequenos empresários, classe média. “Infelizmente, hoje o que vemos é que essa maioria da população não tem assentos na Câmara”, disse Russo. 

MAIS CANDIDATOS 

Em recente conferência, o PCdoB de Americana confirmou o lançamento de chapa pura completa para vereadores no ano que vem, informou o presidente da sigla, Flávio Rogério Costa. 

Segundo ele, a tendência seria o lançamento de mais candidatos a prefeito, para garantir votos de legenda e aumentar as chances de eleger vereadores. 

Contudo, Costa disse que, historicamente, o município nunca teve tantos prefeituráveis assim. 

Hoje, o PCdoB tem duas cadeiras na Câmara – Léo da Padaria e Maria Giovana – e a legenda aposta em sair ainda mais fortalecida no próximo pleito. 

“PEQUENOS NO PREJUÍZO’

OMAR NAJAR | “Nova regra atrapalha os pequenos”

O prefeito de Americana Omar Najar (MDB) diz acreditar que que o fim das coligações nas chapas de vereador vai complicar as pequenas legendas. 

“Os partidos pequenos não vão sobreviver”, disse Omar. 

A direção do partido fo Secretário do MDB, acredita que a nova regra proibindo coligação nvai mudar completamente o jogo. 

Na eleição passada, foram 390 candidatos. 

É que antes, em Americana, o partido coligado poderia lançar até 38 candidatos, mas em 2020 serão no máximo 29 postulantes ao Legislativo. 

Os partidores pequenos, apostam os dirigentes emedebistas, terão dificuldades para montar a chapa.  

EM BUSCA DOS CACIQUES  

Para o publicitário e doutor em comunicação pela USP (Universidade de São Paulo), Victor Kraide Corte Real, essa mudança que proíbe as coligações nas chapas a vereador será um desafio aos partidos e aos candidatos. “Os partidos deverão buscar um maior número de candidatos e, preferencialmente, nomes fortes, capazes de elevar o coeficiente partidário sem depender dos votos da coligação para prefeito”, afirmou. Para ele, existe uma tendência de que nomes conhecidos em cada cidade, de grande potencial eleitoral, sejam procurados para mudarem de partido. Além, eles vão garantir mais votos para a legenda específica. 

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