segunda-feira, 15 dezembro 2025
MAIS UMA AÇÃO

Servidores de Hortolândia ficam sem cestas de Natal após ação popular

Benefício não será licitado em 2025 enquanto Justiça analisa constitucionalidade da lei municipal
Por
Vagner Salustiano

A entrega da Cesta de Natal aos servidores públicos de Hortolândia foi suspensa pela Prefeitura após o ajuizamento de uma ação popular que questiona a legalidade do benefício concedido anualmente. Embora ainda não exista decisão judicial sobre o caso, a administração municipal decidiu não dar andamento ao processo de compra das cestas neste ano.

A Secretaria Municipal de Administração e Gestão de Pessoal comunicou os servidores no dia (11) que não realizaria a licitação para aquisição do benefício. Em 2024, cada cesta teve custo aproximado de R$ 400 aos cofres públicos.

A ação popular discute a constitucionalidade da lei municipal que autoriza o fornecimento da Cesta de Natal em produtos. Segundo a Prefeitura, “há um debate jurídico em curso sobre se essa previsão de cesta natalina é ou não um direito constitucionalmente válido aos servidores”.

Decisão da Prefeitura se “antecipando” à Justiça afeta os 5.000 servidores. Foto: Vagner Salustiano/TV TODODIA

Medida preventiva adotada pelo Município
Diante do questionamento judicial, a administração municipal optou por suspender a entrega das cestas “até que haja uma decisão judicial definitiva sobre a matéria”. Ainda de acordo com a Prefeitura, a decisão busca evitar riscos legais e garantir que os atos administrativos estejam em conformidade com as normas vigentes.

A ação, embora ainda sem julgamento, é considerada “vitoriosa” no meio jurídico local, especialmente porque medidas semelhantes já resultaram no cancelamento do benefício em cidades como Santa Isabel, Paulínia e Nova Odessa, em ações praticamente idênticas e atribuídas ao mesmo autor.

Sindicato concorda com suspensão e discute compensação
O Sindicato dos Servidores Municipais de Hortolândia informou que não questiona a suspensão da Cesta de Natal em 2025. Segundo a entidade, a continuidade do benefício poderia gerar, no futuro, a obrigação de devolução dos valores pelos servidores, caso a Justiça declare a inconstitucionalidade da medida.

Em nota, o Sindicato afirmou que, “embora a gestão municipal tenha apresentado na Ação Popular argumentos favoráveis à continuidade da Cesta de Natal, decisões judiciais recentes tendem a declarar a inconstitucionalidade da medida”.

Diante disso, representantes da entidade já se reuniram com a Administração Municipal para discutir alternativas à suspensão, incluindo a possibilidade de compensação financeira incorporada aos salários.

Presidente do Sindicato, José Carlos Bispo da Paz busca alternativa à perda da cesta. Foto: Divulgação

Negociação salarial para 2026
O presidente do Sindicato, José Carlos Bispo da Paz, declarou que a entidade busca formas de redirecionar os recursos que seriam destinados à Cesta de Natal, estimados em cerca de R$ 400,00 por servidor, como ganho real nos salários durante a negociação do dissídio coletivo de 2026.

O Sindicato e a Prefeitura aguardam agora uma decisão judicial definitiva para avançar nas negociações sobre eventual compensação aos servidores.

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