sexta-feira, 17 maio 2024

Morre grande mestre e lenda do jiu-jitsu, Robson Gracie, aos 88 anos

A morte foi confirmada pela sua neta Kyra Gracie; ainda não há mais informações sobre a causa do falecimento

Por Nayara Lourenço

Foto: Divulgação

O grande mestre do jiu-jitsu, Robson Gracie, morreu na noite dessa sexta-feira (28), no Rio de Janeiro. A morte foi confirmada pela sua neta, Kyra Gracie, nas suas redes sociais. A causa da morte ainda não foi divulgada.

“Hoje o Jiu-Jitsu se despede do Grande Mestre Robson Gracie, patriarca da Família Gracie e faixa-vermelha. Eu me despeço do meu eterno avô amado que é uma das pessoas mais importantes da minha vida”, escreveu a faixa-preta Kyra.

Nascido no dia 16 de janeiro de 1935, Carlos Robson Gracie foi o segundo filho do grande mestre Carlos Gracie. Ainda criança, começou a treinar jiu-jitsu e iniciou sua carreira como lutador na década de 1950. Já em 1957, Robson Gracie estreou no vale-tudo contra Artur Emídio, onde obteve vitória por finalização. Posteriormente, venceu também Valdo Santana, irmão de Valdemar Santana e arquirrival de Hélio e Carlson.

Em vida, Robson recebeu a faixa vermelha de jiu-jítsu, nono e mais alto grau da ‘arte suave’, e também se tornou presidente da FFJ (Federação de Jiu-Jitsu do Rio de Janeiro), na década de 1980.

Certa vez, o grande mestre afirmou: “Se eu cair duro na rua amanhã e for levado para o Instituto Médico Legal, o legista vai ter uma surpresa muito grande. Gente, o cadáver sorria! Eu morreria satisfeito, feliz da vida por tudo que vi e vivi”, disse Robson.

Com um legado gigante, ele deixa os filhos Charles, Renzo, Keila, Ralph, Flávia e Robson Gracie Jr, além de Ryan Gracie, que faleceu em 2007.

Notoriedade na política

O ícone do jiu-jitsu também teve envolvimento na política, e foi contratado como guarda-costas de Leonel Brizola, à época deputado federal do estado da Guanabara e cunhado do então presidente João Goulart. Após o golpe de 1964, Robson foi preso por 64 dias e torturado, até ser liberado por seu tio Hélio.

“Fui preso pela ditadura militar, amarrado em casa com a faixa-amarela do meu filho Renzo. Fui torturado, e vi coisas impensáveis. Ali dentro, ninguém respeitava autoridade, vi general tomando tapa de sargento. Helio Gracie foi quem interveio, com Figueiredo e o general Sylvio Frota, e me salvou. Me largaram numa estrada. Dos 50 que estavam presos comigo, 49 morreram. Só Robson Gracie saiu vivo”, contou o mestre.

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