segunda-feira, 13 maio 2024

1889

Por Ailton Gonçalves Dias Filho, pastor presbiteriano
Por
Ailton Gonçalves Dias Filho
Por Ailton Gonçalves Dias Filho
Foto: Arquivo Pessoal

Na próxima quarta-feira celebraremos o 134º aniversário da República. É sempre bom relembrar que ela foi proclamada debaixo das espadas do Exército Brasileiro, na cidade do Rio de Janeiro.

Os ideais republicanos já haviam ressoado no país cem anos antes, em 1789, na Inconfidência Mineira. O mesmo ocorreu no movimento da Conjuração Baiana. Ambos os movimentos buscavam a superação da Monarquia.

Com o fim da escravidão, em 1888, as elites agrárias do país almejaram a organização de um Estado brasileiro com ideais republicanos. Embora sem o respaldo da grande maioria dos brasileiros, pode-se dizer que a deflagração da República foi o resultado de articulações entre militares e parte da sociedade civil insatisfeitos com os rumos da Monarquia. A insatisfação dos militares por salários melhores e com a própria carreira, buscando o direito de manifestarem suas posições políticas. Assim, o golpe militar foi arquitetado, derrubando a Monarquia e instalando a República. Nossos primeiros presidentes eram militares.

Já usei este espaço escrevendo que o termo “república” é oriundo do latim “Res publica”, significando literalmente “coisa pública”, isto é, aquilo que diz respeito ao interesse público, de todos os cidadãos. É um modelo de regime político, legado dos romanos para a organização social das nações. Nada na República deve primar por sigilos. A República pressupõe transparência, pela clareza da coisa pública.

O jornalista Laurentino Gomes, em seu primoroso livro “1889”, lembra-nos que o 15 de novembro é uma data sem muito prestígio no calendário cívico do país. O 7 de setembro é muito mais lembrado e reverenciado. Nosso 15 de novembro, lembra o autor, é superado até por datas estaduais, como é o caso de 2 de julho, na Bahia, ou o 09 de julho, aqui em São Paulo.

Hoje, quando se propaga um patriotismo de caricatura, deveríamos refletir porque este não é nosso principal feriado cívico. Queremos uma República que nos encha de orgulho, com homens e mulheres, com espírito, alma e postura republicana.

É isso

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também