terça-feira, 30 abril 2024
SAIDINHA

PM recolhe quase 400 detentos descumprindo regras durante saidinha de fim de ano

Parceria inédita entre Governo e Justiça, a iniciativa faz parte de um pacote implementado na segurança para combater a reincidência criminal
Por
Isabela Braz
Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

Até o último sábado (30), 398 detentos foram flagrados pela Polícia Militar (PM) descumprindo algumas das regras do benefício das saidinhas temporárias em todo o território paulista.

Desses números, nos presídios localizados na área de cobertura do TODODIA, 5 foram recolhidos de volta às unidades prisionais, sendo 4 em Hortolândia e 1 em Americana.

Em parceria inédita entre o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e o Poder Judiciário, os detentos foram reconduzidos até os presídios do Estado, fazendo parte do novo pacote implementado na segurança para combater a reincidência criminal e o combate à impunidade.

Nessa nova iniciativa, os policiais do Estado têm permissão para fazer a recondução à cadeia quando detectarem o descumprimento de medidas durante o período de benefício aos presos em regime semiaberto.

Anteriormente, sem esse novo pacote, os policiais só poderiam prender o criminoso em saída temporária se ele fosse flagrado cometendo algum crime, não se apenas desrespeitasse as diretrizes da saidinha.

Entre essas diretrizes, os detentos não podem:

• Frequentar bares ou boates;
• Embriagar-se;
• Se envolver em brigas;
• Andar armado;
• Mudar o endereço passado para as autoridades onde permanecerá durante o benefício da saída;
• Ou praticar qualquer ato que seja considerado delito.

Segundo a SSP, para essa medida, a verificação é feita na própria abordagem, por meio de uma consulta nos dispositivos móveis e tablets das viaturas, que passaram recentemente a ter acesso às informações sobre cada uma das regras que os criminosos beneficiados têm de cumprir.

Segundo o secretário da pasta, Guilherme Derrite, a medida tem caráter preventivo e revoluciona o cumprimento das condições da saída temporária. “O policial agora não precisa mais esperar o detento cometer um crime para ser preso, ele tem autonomia para encerrar a saidinha mais cedo para o criminoso que não respeita o que foi acordado entre ele e a Justiça para que ficasse o final de ano na rua”, relatou o secretário.

Outras medidas

Em outra iniciativa inédita, a Secretaria da Segurança Pública, também em parceria com Justiça de São Paulo, passou a monitorar com tornozeleiras eletrônicas, sob determinação judicial, presos liberados em audiência de custódia, em especial os condenados por violência doméstica.

Com o monitoramento, a pasta consegue saber a localização exata dos condenados e também identificar o descumprimento de medidas cautelares.

Desde que foi implementado, em setembro, o projeto já permitiu monitorar 142 réus, sendo 61 por agressão contra mulheres.

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