Gastronomia em alta

Sumaré está descobrindo o seu sabor… ou melhor, os seus sabores. Basta uma volta pelas principais avenidas da cidade para perceber que está surgindo uma nova vocação: a gastronomia. Bares, restaurantes e docerias surgem como opções para agradar os paladares e, também, movimentar a economia.

Um levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, apontou que a cidade conta, hoje, com cerca de 980 estabelecimentos voltados para a alimentação. São muito mais opções do que a cidade oferecia há dois anos. A maioria está no Centro, mas regiões como Área Cura e Maria Antônia também têm seus atrativos gastronômicos.

Nos últimos anos, a cidade conquistou várias filiais de redes como Mc Donalds, Burger King, Subway, por exemplo. Novos restaurantes e bares – dos mais variados segmentos – também se instalaram na cidade. No Centro, Avenida Rebouças, Avenida 7 de Setembro e Praça da República concentram alguns dos “points” badalados.

“O crescimento deste segmento é uma tendência da qual Sumaré está fazendo parte. Temos conquistado diversos estabelecimentos. A segurança também melhorou, o que motiva novos investimentos na cidade”, contou o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Josué Cardozo.

Para ele, o crescimento nesta área é benéfico para toda a região. “O município acaba bem visto na RMC (Região Metropolitana de Campinas) e também no Estado”, afirmou. “Se estamos ampliando esta área, é porque os investidores já percebem que a cidade mudou e sentem segurança em investir aqui. Para nós, da administração pública, essa é uma grande conquista”, afirmou. O secretário adiantou que, de olho neste novo nicho, a Prefeitura já estuda com apoio de outras secretarias ações para fomentar o setor.

Presidente da Acias (Associação Comercial e Industrial de Sumaré), Domingos Guerreiro também comemora os avanços neste setor. “Sabemos que o aumento do setor gastronômico em Sumaré é uma realidade. A cidade vem atraindo novos bares e restaurantes com a proposta de oferecer melhor atendimento e agradar a todos os públicos”, disse.

Ele destacou ainda a profissionalização. “Os bares e restaurantes estão se tornando, também, opções de lazer e entretenimento. E esta mudança não acontece apenas para os estabelecimentos que têm foco no público interessado em gastronomia e diversão. Como a cidade tem um forte parque industrial, durante o dia os restaurantes são opções para encontros de negócio e almoço entre amigos do trabalho”, continuou.

A Panificadora e Confeitaria Silva abriu suas portas aos sumareenses em fevereiro de 1972, já no atual endereço, na Praça das Bandeiras, bem no coração da cidade. E seus proprietários têm acompanhado de perto a evolução da cidade.

“Aqui nesse lugar não tinha nada, a praça era só mato”, lembra Maria Filomena Bichof da Silva que, junto do marido, Jeferson Lourenço da Silva, o Alaor, e dos filhos, Margarete e Tadeu está à frente do comércio. “As pessoas diziam que eu era louco de montar uma padaria aqui, mas eu via que essa área estava crescendo. Esse ponto sempre me chamou a atenção”, disse.

Hoje, o “balão da Rebouças” é um dos mais privilegiados do Centro e, além de concentrar outros estabelecimentos comerciais, recebe eventos dos mais variados. “Foram muitos anos de trabalho e dedicação, fomos crescendo aos poucos e hoje vejo que valeu a pena ter investido em Sumaré”, atesta Alaor, mineiro de Paraguaçu.

No início, a oferta se resumia a opções como pão francês, pão bengala e alguns tipos de pão doce, uma diversidade que em nada se compara ao que hoje é disponibilizado aos frequentadores. “Diariamente, são produzidos cerca de 220 itens de fabricação própria, tudo preparado de modo artesanal e com rígido controle de qualidade”, diz Orlando Marson, administrador e um dos sócios do estabelecimento. A maioria desses produtos é assada em forno a lenha de lastro, original da época da inauguração da padaria.

Ao longo da última década, notando uma mudança no perfil dos clientes, o local passou a oferecer outros produtos e serviços para satisfazer à demanda. “As pessoas estão sempre em busca de coisas novas e nós mudamos para atendê-las”, lista Margarete Marson.

E quem é da região também tem visto Sumaré com outros olhos. Com um bar instalado em Americana, Paulo Oliveira abriu há alguns meses o Rockers Sound Bar na Avenida Rebouças. “Acredito no potencial da cidade, bem como o das cidades vizinhas. Sumaré tem cerca de 270 mil habitantes e está bem localizada”, afirma. “A cidade se torna uma excelente opção tanto em entretenimento como gastronomia”, continua.

Para ele, assim como o Rockers, outras casas chegarão. “Torço para que isso aconteça, pois creio possibilitará à população local acesso fácil e rápido a produtos de qualidade igual ou superior aos que encontrariam em outras regiões.”

Na década de 70, havia o costume de se levar o pão e o leite às casas dos clientes e anotar as dívidas em cadernetas. As entregas eram feitas inicialmente com bicicleta, mas depois passou-se a usar charretes. Havia uma saída por volta das 3h e, com o passar do tempo, uma nova entrega passou a ser feita no período da tarde.