quinta-feira, 25 abril 2024

Praia dos Namorados ganha novos ares após revitalização

A nova Praia dos Namorados está prontinha. Os operários dão os arremates finais nos equipamentos que mudaram a paisagem de forma radical. E quem mora ou trabalha por lá só espera o fim da quarentena para ver, de novo, o público lotando quadras e quiosques. 

A orla, que nos anos 70 e 80 foi a mais importante área de lazer de Americana, recebeu investimentos pesados. A revitalização consumiu investimentos da ordem de R$ 1,1 milhão, disponibilizados pelo governo federal. 

Ao logo da década, as obras foram paralisadas e retomadas diversas vezes, por conta da maior crise política da história do município, que gerou denúncias, processos, cassação de mandato e trocas seguidas no comando do Executivo. 

O governo atual retomou as intervenções paralisadas, regularizou os contratos com fornecedores e prestadores e serviço, prestou conta dos recursos recebidos do Ministério do Turismo e resgatou um espaço que sempre foi adorado pelos americanenses. 

Há novas placas de sinalização, rampas de acessibilidade com corrimão, asfalto recuperado e sinalizado, sanitários novinhos, rampa de acesso ao Barco Escola, churrasqueiras, novas quadras poliesportivas, quadra de areia, alamedas para caminhada, playground, canteiros ajardinados. 

Difícil, em tempo de quarentena, é evitar que a molecada pule o alambrado e se divirta, correndo atrás da bola. A prefeitura até andou espalhando faixas pelo trecho remodelado da orla, pedindo que o povo aguarde a inauguração. Duro é resistir. 

Pessoas que chegam da região toda fazem questão de visitar a orla e falar, cheias de nostalgia, que estão ganhando de volta um lugar incomparável.

MATANDO SAUDADE 

Gente como João Sérgio Nascimento, que na semana passada caminhava pela alameda da orla ao lado da mulher Ivanilda e da filha Isadora. O cidadão, de 45 anos, lembra que era um menino de 10 anos quando chegava de bicicleta do São Vito com os amigos e se divertia no velho píer de madeira. “A molecada usava o píer como rampa, e se jogava na água de bicicletas e tudo”, conta. 

DE VOLTA | João Sérgio com a esposa Ivanilda e a filha Isadora: lembrança da infância

A mulher, Ivanilda, que fez questão de abaixar a máscara facial pra sair bem na foto, lembrou do tempo em que os quiosques lotavam e a praia era passeio obrigatório para todo mundo da cidade. “Agora o povo precisa cuidar do espaço. Recolher o lixo, preservar o que é patrimônio público”, diz. 

José Amário de Souza, de 62 anos, se ajeitou no atual ponto de atracamento de barcos e jogou o anzol na represa. Ele, que há 30 anos mora em Sumaré, resolveu retomar o lazer do passado, quando pescava na praia. 

Ele fala que, apesar da poluição e do aguapé, Salto Grande sempre foi lugar bom pra tilápia e piau. “Passei aqui pelo bairro há uma semana, me encantei de ver a mudança na orla, resolvi voltar pra cá”, afirmou. “Quis sentir de novo a sensação de estar aqui”. 

A moradora Rosineide Franceschini Azenha, de 46 anos, se mudou há duas décadas com a família para a Praia dos Namorados. Bem na época em que a orla estava decadente, degradada, tomada por drogaditos e lixo. Ela fazia parte do grupo de moradores que, reunidos, fazia pressão no Paço Municipal e exigia soluções. 

Hoje, ela olha o espaço revitalizado, recebendo os retoques finais, e fala da importância da manutenção. “A população sonha agora com a praia bem cuidada, segura. Eu tenho dois filhos adolescentes. Quero que eles aproveitem demais o espaço”, resume. 

QUALIDADE DA ÁGUA AINDA É A PREOCUPAÇÃO  

A qualidade da água da Represa de Salto Grande ainda é a grande preocupação dos visitantes da orla. Gente mais jovem, por exemplo, custa a acreditar que a garotada nadava por lá, que as moças tomavam sol na areia.  

“Meu pai me conta. Mas como o povo tinha coragem? Precisa tirar o aguapé, precisa multar quem joga esgoto”, fala o pintor Jefter Barros Morelli, 23, morador do Asta 3, no Novo Paraíso.  

A preocupação do rapaz é a mesma do poder público. Desde quando a prefeitura retomou de maneira efetiva as obras de intervenção, existe um projeto conjunto pela despoluição da represa, que passou a envolver o Ministério Público e lideranças políticas da toda a região.  

Ainda que os investimentos ambientais hoje façam parte da agenda de governo de grande parte das prefeituras, o objetivo do grupo é   identificar e punir os responsáveis pela emissão de poluentes à montante, ou seja, nos municípios que ficam às margens do Rio Atibaia, antes da formação da represa. 

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