Um grupo de 17 homens de Divinópolis, a 110 km de Belo Horizonte, tentou se passar por grávidas, em agendamento online, para furar a fila de vacinação contra a Covid-19 e receber doses do imunizante da Pfizer.
A prefeitura identificou as tentativas de fraude e acionou a Polícia Federal e o Ministério Público.
Os 17 suspeitos, com idades entre 18 e 50 anos, já foram identificados. Eles não foram presos nem chegaram a ir pessoalmente aos postos, mas podem ser investigados pela Polícia Civil por estelionato.
O sistema de cadastramento da prefeitura da cidade para vacinação da população é feito pela internet. Os dados são colocados no sistema por quem será imunizado e vão para uma central de processamento. As informações são conferidas com as já existentes sobre a pessoa na prefeitura.
Em seguida, conforme a ordem das prioridades definidas pelo Ministério da Saúde, a população se dirige a drive-thrus para a imunização, onde é feita nova triagem, com checagem de documentos.
Quem não tem carro ou, por motivos de saúde, não tem condições de se deslocar até um ponto de drive-thru telefona para a prefeitura e solicita a vacinação em casa. O objetivo, segundo o secretário municipal de saúde, Alan Rodrigo da Silva, é evitar filas nos postos.
Segundo o secretário, a tentativa de fraude foi detectada ainda na análise dos dados colocados pelos 17 homens no cadastramento pela internet. “Apareceu um fulano de tal, homem, como grávida.”
O anúncio de que os 17 homens haviam sido pegos na tentativa de fraude ocorreu no início da semana. Conforme o secretário, muito dificilmente o grupo conseguiria ser imunizado. “Foi muita ingenuidade. O problema é que eles podem ter pegado o lugar de alguém na fila eletrônica”, aponta. Os 17 nomes já foram retirados do sistema.
Ao se colocarem como grávidas, os membros do grupo foram automaticamente encaminhados para a parcela da população que receberá a vacina da Pfizer. “A indicação é que grávidas e puérperas recebam esse imunizante. Para os demais segmentos em Divinópolis são usadas as vacinas Astrazeneca e Coronavac”, afirma o secretário.
Neste mês a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu o uso da Astrazeneca para grávidas depois da suspeita de morte de uma gestante no Rio de Janeiro após tomar a vacina. O caso ainda está sendo investigado.